Dom Pizzaballa celebra a Missa de Natal em Gaza Dom Pizzaballa celebra a Missa de Natal em Gaza 

Cristãos de Gaza recebem apenas 200 permissões para sair no Natal

Padre Mario Da Silva, pároco da paróquia latina da Sagrada Família considera que “os cristãos de Gaza não deveriam pedir permissões para o Natal. É um direito deles viajar sem restrições”. Dom Pizzaballa celebrou a Missa de Natal para os católicos de Gaza

Cidade do Vaticano

As autoridades israelenses concordaram em dar 500 permissões para os cristãos palestinos de Gaza poderem sair da Faixa para participar das celebrações de Natal em Jerusalém Leste e na Cisjordânia. Mas destes apenas 200 foram entregues.

A Missa de Natal de Dom Pizzaballa em Gaza

Na segunda-feira, 17 de dezembro, o administrador apostólico do patriarcado latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa e seu vigário para Jerusalém e a Palestina, Dom Giacinto-Boulos Marcuzzo, celebraram, como tradição, na paróquia latina de Gaza, a Missa para o Natal seguida por uma confraternização no salão paroquial com as famílias e crianças. “Por enquanto foram entregues apenas 200 permissões a pessoas com mais de 55 anos  e de 16 a 35 anos. As crianças com menos de 16 anos não foram incluídas na lista. Por enquanto 300 fiéis esperam ainda seus passes e não sabemos se irão recebê-los. Por enquanto estamos esperando”.

Política de separação entre pais e filhos

Através do Patriarcado Latino, o pároco de Gaza , padre Mario da Silva, declarou que “no ano passado foram concedidas 300 permissões aos cristãos de Gaza para celebrar o Natal em Belém, mas apenas para pessoas com mais de 55 anos”.

“Israel está usando uma política de separação entre pais e filhos”, denuncia o pároco, que explica que as famílias renunciam à separação quando a permissão é concedida somente ao pai. Para não se separarem “a família decide ficar unida em Gaza renunciando a permissão de sair”. Isso acontece com a consciência de que a permissão para celebrar o Natal e a Páscoa em Belém e em Jerusalém, representa uma oportunidade de sair da terrível realidade que vivem; um ato – sublinha padre Da Silva – que Israel teme e recusa colocando cada vez mais restrições para a viagem”.

Para os palestinos de Gaza apenas permissões militares

Diante do grande número de turistas e peregrinos – segundo estimativas no final de 2018 serão 4 milhões de entradas – que chegam a Israel para visitar em absoluta liberdade, também de movimento, os Lugares Santos, “os palestinos nativos, para fazer o mesmo, recebem apenas privilégios restritivos sob forma de permissões militares. Os cristãos de Gaza não deveriam precisão de permissões para celebrar o natal em Belém porque é direito deles viajar e rezar sem restrições”, reitera padre da Silva.

“Em Gaza, vivem cerca de 1.100 cristãos num total de 2 milhões de habitantes, destes os católicos são pouco mais de 100”

O deslocamento dessas pessoas “de e para” Gaza e para Israel e Cisjordânia, são regulados por Israel desde 1991 pois controla por meio das permissões “os negócios civis dos palestinos, inclusive as viagens, o trabalho e os cuidados médicos”. A construção do Muro de separação e a instituição de postos de controle militar complicou ainda mais a situação.  

 

 

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18 dezembro 2018, 10:36