Papa Francisco “veio despertar muito a Igreja para o acolhimento"
Domingos Pinto – Lisboa
“Neste momento com os quatro verbos que o Papa impregnou, do acolher, do proteger, do promover e do integrar, veio despertar muito as políticas europeias e não só, e portanto, os emigrantes ainda têm muito que bater à porta, fazer-se ouvir para que nós acordemos do nosso bem-estar”.
O alerta é do bispo emérito de Beja, D. Vitalino Dantas, responsável pela Mobilidade Humana na Comissão Episcopal que tutela o setor das migrações na Conferência Episcopal Portuguesa.
Declarações ao portal da Santa Sé à margem do encontro de delegados das comunidades católicas de língua portuguesa (Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça) que teve lugar no passado dia 10, na sede da Conferência Episcopal Portuguesa, em Lisboa.
Um encontro de formação promovido pela Obra Católica Portuguesa das Migrações para preparar o próximo encontro de missionários da diáspora de língua portuguesa que terá lugar em Augsburg, na Alemanha, de 14 a 18 de outubro de 2019.
Para o bispo emérito de Beja, o Papa Francisco “veio despertar muito a igreja para o acolhimento, sobretudo dos pobres, dos refugiados, dos emigrantes, um papa que “tem sido um pólo de atração e de soluções da igreja na Europa e no mundo”.
O bispo emérito de Beja considera que “a Europa precisa de desenvolver uma política de imigração ordenada, e não simplesmente dizer que acolhe uns milhares ou um milhão e depois é tudo desordenado”.
“Não há estruturas de acolhimento na Europa”, reafirma D. Vitalino Dantas que está preocupado com o impacto do «Brexit» no Reino Unido onde vivem “mais de 500 mil emigrantes portugueses”, e ainda com a situação dos portugueses na Venezuela onde “é necessário acolher os agregados familiares”.
Em relação a Portugal o responsável pela Mobilidade Humana na CEP fala de um “país envelhecido” que “necessita de ter emigrantes”, e onde continua a haver tráfico humano e exploração laboral.
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