Arcebispo de Bucareste, Dom Ioan Robu, com grupo de jovens junto à Catedral latina de Bucareste Arcebispo de Bucareste, Dom Ioan Robu, com grupo de jovens junto à Catedral latina de Bucareste  

O pequeno rebanho que aguarda o Papa na Romênia

Segundo Dom Frăţilă, coordenador da viagem do Papa ao país, a visita será uma ocasião para redescobrir a fé e renovar as ligações da nossa história

Federico Piana – Cidade do Vaticano

Um pequeno rebanho em festa. Esta é a imagem que Dom Mihai Cătălin Frăţilă, bispo romeno, usa para dar substância à emoção com a qual foi acolhida a notícia da visita do Papa à Romênia, de 31 de maio a 2 de junho.

"Na Romênia os católicos são 5% e para este 'pequeno rebanho' ser visitado pelo sucessor de Pedro, significa uma valiosa oportunidade de renovar a própria fé e uma oportunidade concreta para relançar seu compromisso com o país", explicou Dom Frăţilă, que é também coordenador geral da viagem papal em nome da Conferência Episcopal da Romênia.

Ouça a reportagem!

A presença do Pontífice permitirá também reconectar os fios da história e não esquecer. "A Igreja Greco-católica - recorda o prelado - pagou um alto preço pela fidelidade ao Papa, com 41 anos de perseguição".

A situação na Romênia

 

O Papa vai encontrar uma sociedade romena bastante dividida e em extrema dificuldade. "E eu acrescento outro fator de preocupação: tantos jovens abandonam o país para fugir sobretudo para a Europa Ocidental, com a esperança de realizar seus sonhos profissionais", diz o bispo. O que revela como tenha crescido o abismo entre ricos e pobres, uma situação que piorou ainda mais com a queda do regime do ditador Nicolae Ceausescu, em 1989.

O estado de saúde da Igreja

 

Qual é a situação da Igreja na Romênia? Para esta pergunta, Dom Frăţilă responde partindo de dados. "A comunidade católica na Romênia é uma realidade complexa. Há doze dioceses: seis de rito latino e seis de rito bizantino, romeno. Às duas das dioceses do rito latino pertencem fiéis romenos, enquanto às quatro restantes pertencem aos húngaros e a um pequeno grupo de alemães. Uma riqueza muitas vezes não apreciada. Depois, há a Igreja Greco-católica, cujos fiéis diminuíram devido à perseguição. Todos devem combater contra um inimigo comum: o consumismo".

O combate contra a sociedade secularizada, modelo imperante e extremamente hipnotizante, está sendo travado pela Igreja com uma arma poderosa: "É o legado da perseguição, que nos permite não perder o sentido profundo e verdadeiro da vida cristã - diz o bispo -. O apego à verdade é também um estilo de vida, não somente uma especulação intelectual".

Viagem sob o manto de Maria

 

A visita do Papa será confiada de maneira especial à proteção de Maria. O logotipo da viagem sintetiza isto, representando o povo de Deus em caminho, sob o olhar amoroso e o abraço premuroso da Santíssima Virgem.

"Nossa Senhora - assegura o prelado - nos chama à unidade, confia-nos esta tarefa, especialmente entre os cristãos. E o Papa, penso eu, irá reiterar isto nesta viagem".

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

13 janeiro 2019, 16:44