O desastre ambiental aconteceu em 25 de janeiro, Brumadinho O desastre ambiental aconteceu em 25 de janeiro, Brumadinho 

Reitor da PUC Minas denuncia desastres de Brumadinho e Mariana como crimes ambientais e homicídios coletivos

Em artigo publicado pela Agência de Notícas Fides desta quinta-feira (7), o reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, afirma que o rompimento da barragem em Brumadinho/MG não foi um acidente, “foi um crime ambiental e um homicídio coletivo”. Até agora, 150 mortos e 182 desaparecidos.

Andressa Collet – Cidade do Vaticano

O reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, denuncia em artigo publicado pela Agência de Notícias Fides nesta quinta-feira (07/02), que o rompimento da barragem em Brumadinho/MG não foi um acidente, “foi um crime ambiental e um homicídio coletivo”. O bispo auxiliar de Belo Horizonte faz referência ao desastre ambiental registrado em 25 de janeiro que provocou 150 mortes, com 182 pessoas até agora desaparecidas.

As riquezas generosamente doadas pelo Criador a Minas Gerais se transformaram na sua perdição, segundo Dom Mol. O Estado está vendo rapidamente “a dizimação dos seus rios, lagos, terras cultiváveis, comunidades e culturas. Cometem-se crimes contra a vida humana, contra o ambiente e contra o direito de viver em comunidade e em família”, assegurou o bispo.

Modelos extrativistas prejudiciais para o ambiente e vida humana

No artigo, o reitor recorda a mensagem da Laudato si, sublinhando que “aquilo que foi deixado em herença ao homem para prosperar, ter uma vida plena e poder transmitir às futuras gerações” é destruído em pouco tempo pela ação “especulativa e criminal das empresas de mineração”. Em busca de um lucro “exorbitante, “único critério” das suas ações e com “poucas vantagens para a sociedade”, as empresas do setor “optam conscientemente”, segundo o bispo, “por modelos extrativistas prejudiciais para o ambiente e para a vida humana”, concentrando sempre mais nas mãos de pouquíssimas pessoas as riquezas sempre maiores, e deixando os operários na pobreza “durante toda a sua existência”, e expondo-os ao risco de vida.

Atividade de mineração eticamente insustentável

“A mineração no nosso país se tornou eticamente insustentável”, escreveu o reitor no artigo. Há uma regulamentação fraca do setor por parte do poder legislativo e se vê uma justiça “complacente”, longe do povo brasileiro. Foi assim com Brumadinho e também com Mariana, em 2015, que ainda está esperando por justiça.

Para o bispo não se trata de “acidentes”, mas de “crimes ambientais”, de “homicídios coletivos” que, além de matar a natureza, as pessoas e os animais, “quase mataram a esperança, a fé, a dignidade e o amor dos sobreviventes”. Todos os responsáveis devem ser severamente punidos. “Não podemos permitir que as coisas continuem assim”, escreveu o bispo, que conclama as pessoas, organizações e instituições a “se levantarem contra esse modelo inadmissível de negócios”, profundamente injusto e que representa, parafraseando o Papa Francisco, uma “economia que mata”. (Agência Fides)

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07 fevereiro 2019, 16:35