Pe. José Manuel Pereira de Almeida, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde em Portugal Pe. José Manuel Pereira de Almeida, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde em Portugal 

Portugal/Dia Mundial do Doente: A saúde não pode ser "um negócio"

Entrevista à VATICAN NEWS do Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde.

Domingos Pinto – Lisboa

Não podemos “enriquecer à custa do sofrimento dos outros, ou da doença, ou da aflição”. 

O alerta é do Padre José Manuel Pereira de Almeida, Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde em Portugal, a propósito da Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Doente que se assinala hoje, 11 de fevereiro.

Uma reflexão a partir do tema deste ano do Dia Mundial do Doente, “Recebestes de graça, dai de graça» (Mt 10,8), que o também vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa diz ser essencial para “viver a vida como um Dom”.

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O sacerdote e médico patologista reafirma a recomendação do papa que pede profissionalismo na área da saúde, e diz que tem de haver sempre “um critério de qualidade” na prestação dos cuidados de saúde, “mas também, para que o cuidar seja humano, não pode ser despido de ternura”.

“Um personalismo frio é um não cuidar em termos de saúde”, diz o pároco de Santa Isabel, em Lisboa, que realça o apelo que o papa faz às instituições católicas para darem prioridade “à caridade das pessoas” e não ao “lucro”.

“A saúde dos outros não pode ser um negócio para mim”, sublinha o vice-reitor da UCP que lembra que “nalgumas áreas desta mesma Casa Comum em que habitamos, pessoas que não têm seguro de saúde podem morrer à porta dos hospitais porque não têm cobertura em termos do teto do seguro”.

Já em relação ao estado atual da saúde em Portugal, marcada nesta altura pela greve dos enfermeiros, o sacerdote realça que “atualmente temos uma grande dificuldade em termos de nos compreendermos no âmbito do Serviço Nacional de Saúde”.

“Eu imagino que certamente os senhores enfermeiros que estão em greve têm muitas razões para o fazer”, diz o sacerdote, que deixa um lamento: “Tenho é pena de que quem sofre mais com essa situação são exatamente aqueles que menos podem recorrer a outras alternativas”.

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11 fevereiro 2019, 11:57