O último Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, revela que a situação de segurança no Mali é instável e que vários grupos terroristas islâmicos fazem valer a sua influência no país O último Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, revela que a situação de segurança no Mali é instável e que vários grupos terroristas islâmicos fazem valer a sua influência no país 

Bispos colombianos apelam por libertação de religiosa sequestrada no Mali

A Irmã Gloria Cecilia Narváez Argoty, religiosa franciscana de Maria Imaculada, foi sequestrada no Mali em 7 de fevereiro de 2017, por um grupo terrorista. A última mensagem em vídeo como prova de que está viva, foi divulgada em setembro de 2018.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Durante a Assembleia Plenária dos Bispos, a Conferência Episcopal da Colômbia, através da Comissão de Animação e Pastoral, em conjunto com as Pontifícias Obras Missionárias e do Conselho Nacional das Missões, lançou um novo apelo pela libertação imediata da Irmã Gloria Cecilia Narváez Argoty, religiosa franciscana de Maria Imaculada.

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Desconhece-se o paradeiro desta religiosa colombiana. Desde o seu sequestro na noite de 7 de fevereiro de 2017, foram divulgadas algumas mensagens em vídeo gravadas pelos sequestradores, como prova de que a religiosa está viva, para eventuais negociações para a sua libertação.

Setembro de 2018, última mensagem

 

A última mensagem em vídeo foi divulgada em setembro do ano passado e é possível ver a irmã pedindo a ajuda do Santo Padre. Já em um vídeo datado de junho de 2018, a religiosa colombiana aparece ao lado de outra refém, a médica francesa Sophie Petronin.

A Irmã Argoty dirige-se ao Papa Francisco agradecendo-lhe por “se ocupar” do seu caso e pedindo a ele para não se esquecer também da situação “da senhora Sophie Petronin, porque ela está muito doente”.

Gravado aparentemente no interior de uma tenda, o vídeo tem a duração total de pouco mais de sete minutos e termina com a missionária colombiana afirmando que faz “todos os dias” a sua mala e prepara as suas coisas, pois, diz “aguarda todos os dias” pela sua libertação.

Dois anos do sequestro

 

Dom Francisco Javier Munera Correa, bispo do Vicariato de San Vicente del Caguán e presidente da Comissão Episcopal de Animação e pastoral missionária, recordou que no dia 7 de fevereiro completaram dois anos do sequestro desta religiosa, que se encontra nas mãos de um grupo ainda desconhecido.

"São dois anos de sofrimento para ela, sua família e para a Congregação. Queremos recordá-la a toda a Igreja que caminha na Colômbia o dever solidário de nossa oração, de nossa lembrança permanente para pedir a graça do Senhor, por intercessão da Virgem Maria e São José, para que assim se obtenha em breve sua libertação", disse o prelado.

Papa Francisco: intercessão de São José

 

Dom Francisco Correa mencionou como o Papa Francisco durante sua visita à Colômbia, convidou a implorar a intercessão de São José, "para que seja ele a tocar os corações de seus sequestradores e que a devolvam prontamente ao seio de sua família e sua Congregação."

Atenção às crianças e aos mais pobres

 

O bispo colombiano recorda que a Irmã Gloria Cecilia estava realizando seu trabalho humanitário e de evangelização no continente africano, em países como Benin e posteriormente no Mali. Ela trabalhava com os pobres, sempre tendo sido uma grande defensora da vida, dando cuidados especiais para crianças pouco valorizadas em sua cultura.

Em favor das crianças, construiu um orfanato, onde procurou sempre proporcionar às crianças uma boa qualidade de vida, ajudando-as em suas necessidades básicas além, é claro, de amor e ternura com que os tratava, como uma verdadeira mãe.

O sequestro

 

A religiosa foi sequestrada por um grupo de homens armados por volta das 21 horas do dia 7 de fevereiro de 2017 na paróquia onde trabalhava, no sul do Mali, perto de Koutiala, cerca de 400 km a leste de Bamako, capital do país. Quatro países estão empenhados desde então em sua libertação:  Colômbia, Espanha, França e Vaticano. 

Um primeiro vídeo que comprovaria de que ela estaria viva foi divulgado em julho de 2017 por terroristas do Nusrat al-Islam wal Muslimeen, grupo da Al Qaeda ativo no Mali.

No último Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, publicado pela Fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), e avaliando o período compreendido entre junho de 2016 e Junho de 2018, é referido que a situação de segurança no Mali “permaneceu muito instável” e que “vários grupos terroristas islâmicos, como por exemplo o autoproclamado Estado Islâmico ou a Al-Qaeda no Magrebe (AQIM) fizeram valer a sua influência neste país”.

O Relatório sublinha que “a frágil situação de segurança” que se vive no Mali “causa problemas às minorias religiosas, que, devido aos seus reduzidos números, estão nalguns aspectos entre os grupos mais vulneráveis na sociedade”.

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09 fevereiro 2019, 17:35