Eleições na Índia: bispos pedem respeito pelos mais fracos
Cidade do Vaticano
“As próximas eleições são as mais cruciais da história política da Índia moderna”: não tem dúvidas o arcebispo emérito de Guwahati, Dom Thomas Menamparampil, que poucos dias antes do pleito eleitoral, que se realizará de 11 de abril a 19 de maio, apresenta alguns questionamentos fundamentais. “A democracia sobreviverá? A Constituição será respeitada ao pé da letra e em seu espírito?”
Das urnas, um governo que respeite os mais vulneráveis
Segundo o prelado, as questões citadas “são as que inquietam as mentes das pessoas pensantes no país. Obviamente, todos os partidos fazem grandes promessas, expressam preocupação com os pobres. Mas nos últimos tempos a maior parte deles perdeu credibilidade. O povo quer fatos, não promessas”.
Espera-se que, sobretudo, saia das urnas um governo que demonstre respeito pelas minorias e pelos setores frágeis da população.
Linhas-mestras para a escolha de bons candidatos
A esse propósito, o Conselho regional dos bispos do nordeste da Índia difundiu recentemente um documento em 7 pontos – refere a agência AsiaNews – no qual estabelece as linhas-mestras para a escolha de bons candidatos.
O apelo ressalta a necessidade de votar por um governo que “promova a honestidade na vida pública e a eliminação da corrupção em todos os níveis; trabalhos para criar condições econômicas melhores para os pobres e os marginalizados; assegure um ambiente de vida salutar e, sobretudo, protegido para todos, inclusive mulheres e crianças; cuide dos dalit (os fora das castas, ndr); defenda a harmonia entre as religiões; e proteja o ambiente”.
Votar com responsabilidade
O arcebispo partilha o intento de tais linhas-mestras e considera que “votar é um dever sagrado” e que “é preciso fazê-lo de modo responsável”. Daí, o apelo à harmonia inter-religiosa que é indispensável para o futuro do país.
“Em geral, em nossa região existe uma atmosfera pacífica, mas alhures há um aumento dos confrontos”.
Confiança na sabedoria inata dos eleitores indianos
Por fim, Dom Menamparampil expressou particular preocupação por temer que “as incertezas permaneçam mesmo depois das eleições. Todavia, confiamos na sabedoria inata dos eleitores indianos que fizeram cair os governos mais poderosos”.
“Os valores constitucionais não estão formulados somente no papel, mas estão no sangue da sociedade que os gerou. Confiamos na consciência coletiva do eleitorado indiano”, concluiu.
(L’Osservatore Romano)
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