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Aparecida-CNBB: oitavo dia de trabalhos da 57ª Assembleia Geral

Continuam as eleições para os presidentes das 12 Comissões pastorais da CNBB. Ontem a celebração Ecumênica.

Silvonei José – Aparecida

Oitavo dia de trabalhos da 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida. A Missa do início do dia no Santuário Nacional foi dedicada aos Regionais Norte 2 e Norte 3, e foi presidida por Dom Philip Eduard Roger Dickmans da Diocese de Miracema do Tocantins.

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Continuam as eleições para os presidentes das 12 Comissões pastorais da CNBB. Após a eleição ontem de manhã do novo secretário-geral da (CNBB), dom Joel Portella Amado, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, o bispo de Tubarão (SC), dom João Francisco Salm, foi eleito, como novo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB. O bispo já era membro da Comissão como referencial para o diaconado brasileiro. Já o bispo de Tocantinópolis (TO), dom Giovane Pereira de Melo, foi eleito novo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato. Dom Odelir José Magri, bispo de Chapecó (SC) foi eleito para presidir a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial. Ele é o coordenador do grupo de trabalho sobre o Mês Missionário Extraordinário deste ano.

Na segunda-feira foi escolhida a nova presidência da CNBB: o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, foi eleito presidente; foram também eleitos os dois vice-presidentes, uma novidade do novo estatuto da Conferência: dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS), e dom Mário Antonio Silva, bispo de Roraima. Sobre a nova presidência eis o que nos disse Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho.

Mensagem da CNBB ao Povo Brasileiro

 

Preocupados com a situação atual do Brasil os senhores bispos divulgaram uma mensagem ao Povo Brasileiro. Sobre a mensagem eis o que nos disse Padre Geraldo Martins Dias, Assessor da CNBB...

Sínodo Pan-Amazônico

 

Na coletiva de segunda-feira o Cardeal Dom Cláudio Hummes nomeado, pelo Papa Francisco como relator geral do Sínodo Pan-Amazônico afirmou que "o Papa Francisco insiste que busquemos alternativas. Não devemos traçar os mesmos caminhos do que não deu certo. O Sínodo deve enfrentar as surpresas da caminhada. A Igreja está a serviço da humanidade, por isso, a importância de debater esse tema", destacou.

Dom Cláudio alertou sobre a grave crise ambiental vivida no mundo. "A Igreja tem tarefas novas e mais urgentes para tratar. Já iniciamos a fase das consultas nas bases, dentro das comunidades carentes, indígenas e dioceses. Contamos com grande ajuda das comunidades e da REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica). E finalizou: "nosso papel é defender a vida e, como diz o Santo Padre, o território da Amazônia e os povos nunca estiveram tão ameaçados. As ações nunca foram tão agressivas e o desmatamento tão grande".

Mineração no Brasil

 

“A mineração no Brasil e os desafios na atuação da Igreja” também foi tema de um dos “meeting point” durante 57ª Assembleia. Os convidados foram o bispo de Caxias (MA) dom Sebastião Lima Duarte e o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Vicente de Paula Ferreira.

Segundo dom Vicente, a voz da Igreja deve ser uma voz profética e que precisa ajudar a sociedade a refletir sobre a questão da mineração no país. “A Igreja não faz política partidária, mas a voz da Igreja precisa ser escutada pela nossa sociedade. A voz da Igreja em Brumadinho, por exemplo, é a que o povo mais acredita. Creio que a mineração não vá parar de verdade. Tem muitas cosias que acontecem e a Igreja não tem a pretensão de dizer que tem que acabar com a mineração”, disse.

O auxiliar de Belo Horizonte acredita, porém, que no Estado de Minas Gerais essa reflexão tem que ser feita imediatamente. “Mas em Minas já se esgotou, está ficando um mar de lamas. Se não dermos um basta, o que vai ser de Minas? São situações de uma calamidade, de um cenário desolador. Que tipo de mineração e onde ela pode ser autorizada? Tem coisa mais importante que minério. Tem o exemplo da Serra da Piedade, que o que tem de mais importante não é minério, mas tem a proteção d’água, do nosso meio ambiente. Onde moram os índios, o que é mais importante? Onde vai acontecer é questão que tem boa vontade dos políticos. Matar gente não vale, destruir rios não vale, matar pessoas não vale. Vai acabar com a gente, com nosso planeta, é insustentável. Onde pode acontecer, isso tem que ser dialogado com políticos e empresários”, afirmou.

Sobre os desafios da Igreja nesta realidade, dom Vicente disse que em Brumadinho, que há mais de cem dias foi devastada pela lama da Vale, a Igreja tem sido essa presença acolhedora e confortadora. “Como dizer do amor de Deus num paraíso que está sendo destruído? Não é fácil estar aqui na assembleia não, porque o coração está em Brumadinho. Nós somos hoje nessa região de brumadinho uma referência. A Igreja tem credibilidade numa crise política e social. As pessoas confiam na gente. Testemunhando o Evangelho, desapegados de qualquer pretensão, de donos da verdade, mas abraçado àqueles que estão sofrendo”, finalizou.

O bispo de Caxias (MA) e presidente do Grupo de Trabalho da Mineração, dom Sebastião Lima Duarte, explicou sobre a realização dos trabalhos. “Nosso objetivo é conhecer melhor a realidade e os impactos da mineração no Brasil. Segundo ele, realidade pouco conhecida ainda pela própria Igreja no Brasil. Neste sentido, o grupo traçou um conjunto de ações. Uma delas é dar continuidade ao levantamento das áreas, no Brasil, impactadas por projetos de mineração, bem como identificar quais são os grupos e organizações que atuam nesta pauta”.

Celebração Ecumênica

 

Um grupo formado por seis lideranças de diferentes confissões participou no fim da tade de ontem, terça-feira, às 18h, da Celebração Ecumênica na 57a Assembleia Geral dos Bispos do Brasil tendo como horizonte o fortalecimento da unidade entre os cristãos.

Estiveram presentes com os bispos a pastora Silvia Genz, pastora presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), padre Gregório Teodoro, da Igreja Ortodoxa Antioquena, o pastor luterano Inácio Lemke, presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), a pastora Anita Wright, moderadora da Igreja Presbiterana UnIda (IPU), a pastora da Igreja Presbiterana Unida (IPU), Sônia Mota, secretária executiva da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese) e o pastor Paulo César Pereira, presidente da Aliança Batista do Brasil (ABB).

A presidência da CNBB e o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da CNBB, dom Francisco Biasin também participaram.

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08 maio 2019, 08:00