África, bispos: desarmamento para resolver conflitos transfronteiriços
Cidade do Vaticano
“Não ficaremos mais em silêncio. Não mais hesitaremos e não seremos mais temerosos. Nós nos comprometemos a evidenciar o sofrimento causado pelas armas leves na vida cotidiana do nosso povo”, afirmaram os bispos participantes da VI Conferência interdiocesana anual sobre a paz transfronteiriça e a evangelização, realizada no Centro Pastoral Santa Teresa de Turkana, no norte do Quênia, situado na costa leste da África.
Os participantes, provenientes do Quênia, Uganda, Etiópia e Sudão do Sul, abordaram o problema dos conflitos transfronteiriços que atingem seus países, originados pelos roubos de rebanhos praticado por bandos dotados de armas de guerra.
Apelo dos bispos em favor de um progressivo desarmamento
Os bispos lançaram um apelo em favor de uma ação voltada ao progressivo desarmamento dos pastores que vivem ao longo dos confins dos quatro Estados, com o envolvimento das autoridades nacionais e locais e de várias organizações da sociedade civil.
Para que o desarmamento se verifique de modo pacífico é preciso antes criar um clima de confiança, de colaboração, de respeito e de proteção da vida por parte das comunidades locais, das organizações da sociedade civil, das várias confissões religiosas e dos governos.
Abraçar a coexistência pacífica e o desarmamento
Mesmo reconhecendo os esforços dos governos do Quênia, Uganda, Etiópia e Sudão do Sul com suas contínuas iniciativas de construção da paz a nível nacional e transfronteiriço, os bispos pediram aos governos da região que assumam um papel guia na sensibilização às comunidades de pastores sobre a necessidade de abraçar a coexistência pacífica e o desarmamento.
Em particular, “os governos deveriam fornecer meios de subsistência alternativos ou complementares às pessoas que vivem nas áreas atingidas pelos conflitos”.
Respeito pela vida e promoção da convivência pacífica
Por fim, os bispos reiteraram o compromisso “como Igreja católica, no cumprimento do nosso mandato de evangelização e cuidado pastoral. Compreendemos que nosso trabalho inclui a transformação da mente e do coração dos membros das nossas comunidades falando às suas consciências. Temos a tarefa de defender o respeito pela vida humana e de promover a convivência pacífica”.
Segundo o Centro Regional para Armas Leves (RECSA – na sigla em inglês, ndr), na região de confim entre Quênia, Uganda, Etiópia e Sudão do Sul há 8 milhões de armas leves nas mãos dos civis, diante de um total de 36 milhões dessas armas em posse dos civis de toda a África.
(Fides)
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