Capítulo Geral da Ordem dos Frades Conventuais
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
Os Frades Menores Conventuais se reunirão em Assis, na Itália, a partir de hoje, 18 de maio, até 17 de junho próximos, para seu 202º Capítulo Geral Ordinário, que elegerá o novo Ministro geral e o governo, que guiarão a Ordem no próximo sexênio.
A primeira parte dos trabalhos se realizará em Assis, cidade de São Francisco; depois, os trabalhos continuarão e se concluirão em Collevalenza.
Tomarão parte do Capítulo Geral as Ordem dos Conventuais, 100 delegados, representantes dos cerca de 4000 frades, 68 países, 608 comunidades, 28 províncias, 20 custódias, 22 delegações e 7 missões.
Origem da Ordem
A família dos Franciscanos Conventuais é um ramo da Ordem religiosa, fundada por São Francisco, em Assis, em 22 de dezembro de 1209. Seu nome original era Ordem dos Frades Menores, à qual, depois, foi acrescentado o título de Conventuais. Mais tarde, foi feita uma reforma ao carisma deste ramo da Ordem Franciscana, dando origem aos Frades Franciscanos da Imaculada.
O nome Conventual da Ordem surgiu entre 1249 e 1250 para identificar as Comunidades de frades que moravam em conventos, dedicados aos estudos e ao trabalho apostólico em igrejas chamadas conventuais, que valorizavam intensamente a fraternidade desejada por São Francisco de Assis, como característica da sua Ordem religiosa.
Desde o início, a comunidade dos Frades Menores foi considerada uma verdadeira Ordem religiosa, caracterizada, porém, por diversos elementos de grande novidade, em relação ao estilo de vida dos religiosos da época: os monges.
Irmãos itinerantes
Seus membros, provenientes de todas as camadas da sociedade, tornavam-se irmãos, segundo o princípio evangélico da fraternidade. Os irmãos não viviam em mosteiros, mas eram itinerantes, detendo-se, às vezes, em eremitérios por breves períodos.
Estes irmãos eram ligados entre si pela figura arrebatadora do fundador, Francisco de Assis. O espírito franciscano e a unidade entre os frades eram assegurados pela Regra de Vida, escrita por São Francisco, pelo ele da obediência e por um sinal externo: o saio franciscano, de cor cinza.
Duas vezes por ano, os Frades se reuniam em capítulos para falar das coisas de Deus, para tomar decisões acerca de seu estilo de vida e cultivar o elo de unidade e fraternidade.
Dificuldades e transformações
Embora este fosse um estilo de vida fascinante, logo, porém, começaram a aparecer algumas dificuldades: o perigo da ociosidade; frades que perambulavam separados dos demais; a pobreza radical, que colocava os frades em situações de extrema penúria; nenhum asilo para abrigar os irmãos enfermos e idosos.
Por isso, nos últimos anos da vida de São Francisco de Assis (1220-26), a Ordem Franciscana passou por profundas transformações, que o próprio Fundador aprovava e procurava harmonizar com o espírito original da sua comunidade. Assim, começaram a surgir outros elementos, que caracterizam a vida franciscana: os frades itinerantes se tornavam estáveis e moravam em conventos; os iletrados, como Santo Antônio e outros, tornaram-se estudiosos de teologia; o zelo pela pregação do Evangelho levou os frades a transferir seus conventos para as cidades e a se dedicarem ao trabalho pastoral; procuravam meios menos precários de sustento com uma consequente administração mais elaborada.
Com estas transformações, a fraternidade franciscana começou a contar com elementos que a levaram a adotar um estilo de vida conventual, como nova dimensão de unidade e fraternidade.
Com esta tendência, concordavam Francisco de Assis, todos os membros de boa vontade da Ordem e a Igreja Católica Romana.
As fontes franciscanas, historicamente mais próximas a São Francisco, demonstram que ele mesmo favoreceu tais mudanças, embora certas fontes afirmassem o contrário.
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