Hungria prepara-se para o Congresso Eucarístico Internacional 2020
Cidade do Vaticano
Entre 8 e 11 de maio de 2019 estiveram reunidos em Budapeste os membros do Comitê Pontifício para os Congressos Eucarísticos Internacionais e Delegados Nacionais, representando as respectivas Conferências Episcopais. A coletiva de imprensa sobre o evento de 2020, foi realizada dia 10 de maio, no Hilton Budapest Hotel, no coração do histórico distrito de Castle.
Participantes da coletiva de imprensa
O encontro com os jornalistas contou com a presença de Dom Piero Marini, presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, padre Vittore Boccardi, secretário do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, cardeal Péter Erdő, arcebispo de Esztergom-Budapeste e primaz da Hungria, Dom Gábor Mohos, bispo auxiliar de Esztergom-Budapeste, padre Kornél Fábry, secretário geral do Congresso Eucarístico Internacional de 2020 e Tünde Zsuffa, responsável pela Comunicação e Imprensa da Secretaria Geral do Congresso Eucarístico Internacional de 2020.
Método de trabalho da Sé Apostólica
Tünde Zsuffa explicou que os membros do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais chegaram à Assembleia Plenária na capital húngara - assim como os delegados nacionais que representam as respectivas Conferências Episcopais, provenientes de mais de 70 países do mundo - e entre outras atividades visitaram os locais-chave onde o evento internacional será realizado.
Na coletiva, o cardeal Péter Erdő, anunciou que - de acordo com o método de trabalho tradicional da Sé Apostólica - os membros do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais e os Delegados Nacionais das Conferências Episcopais, visitam os principais locais um ano antes da realização do evento e também participam das apresentações nas quais são informados, entre outras coisas, sobre as condições de participação no Congresso.
A atual visita incluiu também a celebração de Missas, participação em orações comuns, na Liturgia das Horas. Os participantes também foram informados sobre as condições de segurança e de viagem (em particular, informações para o oriundos de continentes distantes), sobre os preparativos realizados até o momento e sobre a conferência científica a ser realizada no Congresso em 2020. Na apresentação informativa, os detalhes do registro e as possibilidades de acomodação também foram esclarecidos.
O cardeal Péter Erdő informou aos representantes da imprensa que os participantes da conferência visitaram os principais locais do Congresso, como o Estádio Ferenc Puskás ainda em construção, Hungexpo, que acolherá os eventos matinais do Congresso, a Praça dos Heróis, a rua Andrássy, a Basílica de Santo Estêvão, a praça da basílica e a Praça Kossuth.
Encontro com autoridades húngaras
No Parlamento, os participantes foram recebidos por László Kövér, presidente da Assembleia Nacional húngara. No dia anterior, János Áder, presidente da Hungria, fez um discurso aos participantes da conferência, expressando sua alegria pela escolha da capital húngara como cidade anfitriã do evento internacional. Após a apresentação, o cardeal Péter Erdő disse que rezou e pediu a bênção de Deus pelo 60º aniversário do mandatário húngaro.
Lajos Dolhai apresentou a conferência científica eucarística do próximo ano, o padre Vittore Boccardi, secretário do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, falou sobre o papel do Secretário na preparação do Congresso, Dom Piero Marini, presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, ressaltou a importância da Santa Missa no mundo novo de hoje e explicou como chegar à alma das pessoas quando a atividade religiosa em muitos lugares está à margem da vida. Os participantes da conferência de quatro dias também visitaram Esztergom.
A infraestrutura perfeita de Budapeste
Já monsenhor Piero Marini agradeceu na coletiva ao Cardeal Péter Erdő e aos organizadores locais pela calorosa recepção, a atmosfera fraterna, a gentileza e a magnífica acomodação. Em resposta a uma pergunta, o arcebispo Marini explicou que ele já havia visitado a Hungria em várias ocasiões e que sempre se sentia em casa no país. "Budapeste é uma cidade que tem uma infraestrutura perfeita, com certeza não foi difícil escolher os locais do evento, chega a ser constrangedor a quantidade da oferta”, acrescentou Dom Marini. "A última vez, em Cebu, nas Filipinas, a situação era muito diferente, lá eles tiveram que construir prédios inteiros para as dezenas de milhares de peregrinos. Este problema não existe aqui ".
Organização dos Congressos tem um regulamento
Sobre o método de trabalho na preparação, Dom Marini explicou que a organização dos Congressos Eucarísticos tem um regulamento, as nações podem enviar o pedido da organização e da celebração do evento ao Conselho de Presidência do Pontifício Comitê, o Conselho faz então a escolha e discute o lema do evento, e no final o Santo Padre aprova a decisão.
A cidade de Budapeste também foi aprovada desta forma. Na fase preparatória, os Delegados das Conferências Episcopais encontraram-se em Roma, onde o cardeal Péter Erdő e o secretário-geral anteciparam a escolha aos presentes. A atual conferência de quatro dias em Budapeste é parte da conclusão do processo preparatório. Os participantes verificaram o quanto os lugares escolhidos eram adequados, os delegados arcebispos conseguiram reunir informações relevantes para os peregrinos vindos de seus países. Serão eles, no entanto, a ajudar na organização das viagens, acomodação e registro nas dioceses de seus países.
Objetivo dos Congressos Eucarísticos ao longo da história
Dom Marini também explicou o objetivo dos Congressos Eucarísticos. Os objetivos mudaram ao longo da história, observou. No início, no final do século XIX, muitos governos europeus eram anticlericais, por isso os Congressos tinham como objetivo expressar a presença da Igreja, mostrar que a Igreja estava viva.
Nesse sentido, esses Congressos eram demonstrações de força para os políticos. As atividades mais importantes eram as enormes procissões, a Santa Missa, mas a Comunhão era de interesse secundário. No entanto, nessas ocasiões, a Igreja se voltava para as massas como um contraponto ao jansenismo, que defendia que a Comunhão era um Sacramento para o qual somente os santos eram convidados ( nem mesmo o católico Blaise Pascal pôde receber a comunhão em seu leito de morte por esse motivo). Enquanto a resposta da Igreja era que Deus não incutia medo, não era distante e não julgava, mas Deus tinha coração. Os congressos funcionaram então como verdadeiras salas de ensino móveis, até o nascimento das Jornadas Mundiais da Juventude, ou até o nascimento do Dia Mundial do Enfermo.
Em 1912 as Santíssimo Sacramento percorria a cidade de Viena ainda na carruagem imperial. A situação mudou nos anos sessenta. O ponto de virada já podia ser sentido em Munique: não se falava em demonstração de forças, mas da celebração das comunidades locais, para as quais eram convidados fiéis de todo o mundo. O Papa Pio X desejava a primeira comunhão de jovens, também por isso mudou o propósito dos Congressos. Foi introduzida a expressão Statio Orbis, para chamar a atenção para a celebração da Eucaristia. A comunhão local foi colocada no centro do evento.
Mensagens dos Congressos Eucarísticos
Quanto às mensagens dos Congressos Eucarísticos, Dom Marini enfatizou que a resposta cristã para um mundo cheio de desilusões, dor e guerra é a esperança; a figura de Jesus que veio para servir e não para ser servido. A cada domingo podemos nos reunir em nossas igrejas, encontrar a Cristo, formar uma comunidade, acolher a palavra do Senhor que ressoa na liturgia, repetir os gestos de Cristo. O cristianismo oferece a espiritualidade do serviço, explicou Dom Marini.
Papa Francisco
Questionado por jornalistas, Dom Marini diz esperar que o Papa Francisco visite o Congresso de Budapeste. Ele irá pessoalmente aconselhá-lo a realizar visita, referindo-se às tradições, e enfatizará a importância da Hungria no centro da Europa, e o fato de que este país poderia indicar um futuro para um continente, onde tantos na sociedade já perderam a esperança e a alegria em relação a um futuro.
Além disso, na coletiva de imprensa, o cardeal Péter Erdő falou do lema do Congresso: "Todas as minhas fontes estão em ti". Ele também mencionou que o lema, tirado do Salmo 87, é baseado em Jerusalém, que nos faz lembrar, por um lado, a vida terrena de Jesus, por outro também o espírito do Concílio Vaticano II (a liturgia é "fonte e ápice"), e da sinergia de tudo isso deriva a mensagem: sair das paredes da igreja e ir entre as pessoas.
Apoio do governo da Hungria
Na coletiva de imprensa também foi mencionado que o Estado húngaro dá uma contribuição significativa para a organização do Congresso e para a restauração de muitos prédios religiosos, abandonados ou em más condições desde o fim da guerra. Ao mesmo tempo, foi percebida a "boa vontade" do governo húngaro, a intenção de que os participantes internacionais se sintam em casa e como hóspedes bem-vindos à Hungria, acrescentou o cardeal Péter Erdő.
(Fonte: Comitê Organizador)
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