Massacre em presídios no Amazonas: 55 mortos em conflitos
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O Ministério da Justiça e Segurança Pública deve enviar uma Força-tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) para atuar no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, conforme solicitação do governo do Estado do Amazonas, onde 19 pessoas foram mortas, vítimas de brigas internas. Em dois dias, 55 presos foram mortos em quatro presídios diferentes de Manaus e em menos de 48 horas.
Na madrugada desta terça-feira (28), através de um tuíte, o ministro Sergio Moro ainda acrescentou que também serão disponibilizadas vagas nos presídios federais “para transferência das lideranças envolvidas nos massacres”, disse ele. Em declaração na segunda-feira (27), o governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que as mortes foram motivadas por um racha entre presos que integravam o mesmo grupo criminoso e que atua no tráfico de drogas no Estado.
Um outro massacre de presos no Amazonas foi registrado em janeiro de 2017, quando 56 detentos morreram após uma rebelião no Compaj, que durou mais de 15 horas. Na época, a Secretaria Pública considerou a rebelião como “o maior massacre do sistema prisional” do estado. Desde então, integrantes da Força Nacional de Segurança Pública começaram a atuar na área externa da cadeia.
Ouça o comentário de Pe. João Poli, italiano da Diocese de Trento, desde 2003 a serviço da Arquidiocese de Manaus e membro da coordenação estadual da Pastoral Carcerária, sobre massacre nos presídios:
Em nota publicada terça-feira (28/05), a Pastoral Carcerária afirma que "O que acontece em Manaus agora, assim como os massacres de 2017, o Massacre do Carandiru em 1992 e
tantos outros, não são uma exceção do sistema prisional, e sim parte do seu funcionamento. Não se trata, portanto, de uma ausência do Estado, mas de sua presença, por meio de um gigantesco sistema de encarceramento e controle, que coloca o Brasil na posição de 3º país que mais encarcera no mundo".
Confira a íntegra aqui.
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