Reflexão para o V Domingo da Páscoa
Cidade do Vaticano
O Evangelho de hoje é surpreendente enquanto nos diz qual o modo de agir de Jesus, diferente do modo de agir dos homens: é claro que já sabemos, mas não nos acostumamos com isso.
Na história antiga, a vitória dos reis, dos generais, manifestava-se na opressão dos vencidos. A entrada triunfal dos generais romanos, a de Júlio César, por exemplo, e também a de outros povos, era a maior expressão da opressão. À frente de sua pessoa, no desfile, eram levados troféus, objetos de valor, animais, tudo pego nos saques. Mas ainda mais horripilante, era, no conjunto desses despojos, a presença de seres humanos: homens, mulheres, crianças, reis, príncipes, pessoas comuns, todos arrastados como escravos, objetos para serem vendidos. A glória do comandante e a vitória do povo eram baseadas na desgraça, na baixa humilhação, no sangue, na morte de todo um povo.
Uma oportunidade a mais
Com Jesus acontece o contrário. No Evangelho de hoje, nos capítulos 31 e 32 de São João, Jesus nos fala que a sua morte é a sua glorificação; na cruz, ele demonstrou seu amor por todos nós. Além do mais, ele disse isso após lavar os pés dos discípulos, de todos, inclusive de Judas, o traidor. O Senhor não usa de represálias contra Judas. Pelo contrário, oferece-lhe mais uma oportunidade de se deixar tocar pelo amor.
Aproveitemos desta ocasião para fazer uma reflexão sobre nosso testemunho que damos de Jesus. Como proceder? Qual nossa visão de sucesso, de êxito? A quem parabenizar?
A quem é rico, inteligente, bonito, culto? A quem nos colocamos prontamente à disposição? Somente a quem tem algo para nos dar em troca? Qual nossa relação para com os pobres, os idosos, os doentes, os aleijados, os excluídos pela sociedade?
O Senhor termina o Evangelho de hoje, dizendo: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
Assim, Jesus nos sugere um modo de agir para a construção de um mundo novo, de amor, de respeito, de serviço.
Segunda leitura
A segunda leitura do livro do Apocalipse fala de um novo céu e de uma nova terra, referindo-se, exatamente, a uma nova civilização, onde uma nova ordem social é instaurada: a ordem do amor, da fraternidade.
Por isso, “a morte não existirá mais”, não haverá mais violência, nem escárnio do mais forte com o mais fraco, mas a misericórdia vencerá! Então ouviremos: “Eis que faço novas todas as coisas”!
Sejamos homens e mulheres novos, construtores de uma nova sociedade alicerçada no amor.
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