A questão é particularmente cara a Tawadros II, que em reiteradas oportunidades falou sobre a possibilidade de unificar as datas dos festejos das Solenidades do Natal e da Páscoa, atualmente celebradas pelas Igrejas do Oriente e do Ocidente em datas diferentes A questão é particularmente cara a Tawadros II, que em reiteradas oportunidades falou sobre a possibilidade de unificar as datas dos festejos das Solenidades do Natal e da Páscoa, atualmente celebradas pelas Igrejas do Oriente e do Ocidente em datas diferentes 

A questão da unificação das datas do Natal e Páscoa para a Igreja Copta

A solicitação para unificar a data da celebração da Páscoa já havia sido expressa por Tawadros II em uma carta enviada em maio de 2014 ao Papa. Em junho de 2015, também Francisco havia manifestado a disponibilidade da Igreja Católica em estabelecer uma data fixa para a Páscoa, de forma "que possa ser celebrada no mesmo dia por todos os cristãos, quer sejam católicos, protestantes ou ortodoxos". O tema acabou não sendo tratado na Assembleia sinodal.

Cidade do Vaticano

A Igreja Copta Ortodoxa, ao menos por enquanto, não tomará nenhuma decisão sobre a proposta - apoiada pelo patriarca Tawadros II – de encontrar uma única data para as grandes solenidades litúrgicas do Natal e da Páscoa, atualmente celebradas em dias diferentes pelas várias Igrejas e comunidades eclesiais de batizados em todo o mundo.

Ao contrário do que foi previamente anunciado pelo próprio Tawadros II, a última Assembleia do Santo Sínodo da Igreja Copta Ortodoxa, concluído nos dias passados no mosteiro de Anba Bishoy (região de Wadi el-Natrun), não tratou da questão.

Já no início da Assembleia, da qual participaram 113 dos 128 membros credenciados, o próprio bispo Daniel, secretário geral do Sínodo, havia confirmado que o tema não entraria na pauta dos trabalhos, para ser estudado com mais calma e maior preparação nos futuros encontros do corpo eclesial. Mas a impressão é que a decisão de adiar o debate, deveu-se também à persistência de divergências e contrastes em relação ao objetivo perseguido pelo patriarca copta.

A questão é particularmente cara a Tawadros II, que em reiteradas oportunidades falou sobre a possibilidade de unificar as datas dos festejos das Solenidades do Natal e da Páscoa, atualmente celebradas pelas Igrejas do Oriente e do Ocidente em datas diferentes, segundo o  Calendário que seguem, Juliano ou Gregoriano.

 

Durante uma viagem à Alemanha em maio, Tawadros informou à imprensa que os membros do sínodo da Igreja Ortodoxa Copta, em sua iminente Assembleia, se pronunciariam sobre a possibilidade de conceder às comunidades coptas espalhadas nos países ocidentais celebrarem a solenidade litúrgica do Natal no dia 25 de dezembro, em concomitância com as liturgias de Natal celebradas naquela data pela grande maioria das Igrejas e comunidades cristãs presentes no Ocidente. As declarações do patriarca receberam comentários, até mesmo polêmicos, expressos principalmente através das mídias sociais.

Em vista da Assembleia do Santo Sínodo - relata a mídia egípcia - o bispo copta Aghaton do Maghagha preparou um dossiê para documentar que a insistência em repropor a unificação das datas de celebração das festas cristãs nas diferentes Igrejas, poderia causar divisões e contrastes também de ordem doutrinal na Igreja Ortodoxa Copta.

Segundo algumas das posições repropostas no dossiê, a questão das datas para a celebração das solenidades cristãs não pode ser dissociada do estudo das causas que provocaram a divisão e ainda impedem a plena comunhão dos cristãos coptas, com os batizados de outras comunidades eclesiais. Sendo portanto, considerada “inoportuna” a ideia de proceder à unificação das datas das solenes celebrações litúrgicas antes de se chegar à plena comunhão doutrinal e sacramental com outras Igrejas.

No caso da Igreja Copta, a divisão em relação a outras Igrejas ocorreu em torno de questões cristológicas, após o Concílio de Calcedônia (451). Mas, de acordo com alguns expoentes da hierarquia copta, agora também as datas das grandes festas fazem parte da tradição seguida pelos próprios  Padres, e a Igreja Copta é chamada antes de tudo a preservar aquilo que recebeu em herança de seus Padres e de seus Santos. Mesmo porque - argumenta-se no memorando - alguns poderiam ver na unificação das datas das festividades litúrgicas um sinal exterior de unidade, enquanto na realidade a autêntica e completa comunhão doutrinal entre as Igrejas ainda não foi restaurada.

A questão da unificação das datas para a celebração do Natal do Senhor e da Páscoa da Ressurreição, não abordada na Assembleia do Sínodo Copta Ortodoxo, suscitou debate público na mídia e nas redes sociais, com posições favoráveis e contrárias.

A busca de uma data comum para as Solenidades litúrgicas é uma questão que o Patriarca Tawadros II tem levado a sério desde o início de seu ministério patriarcal. O primaz da Igreja Copta Ortodoxa sublinhou em várias ocasiões que a diversidade de datas em que os cristãos do Oriente e do Ocidente celebram a Páscoa é "um problema histórico" e por si só, não tem implicações de fé e doutrina.

A solicitação para unificar a data da celebração da Páscoa já havia sido expressa pelo patriarca copta em uma carta enviada em maio de 2014 ao Papa Francisco, por ocasião do primeiro aniversário de seu encontro no Vaticano. Tawadros repropôs a questão em novembro de 2014, falando em Viena nas celebrações do quinquagésimo aniversário da Fundação «Pro Oriente». Em junho de 2015, também o Papa Francisco havia manifestado a disponibilidade da Igreja Católica em estabelecer uma data fixa para a Páscoa, de forma "que possa ser celebrada no mesmo dia por todos os cristãos, quer sejam católicos, protestantes ou ortodoxos".

A unificação das datas para a celebração da Páscoa da Ressurreição é uma urgência particularmente sentida no norte da África e no Oriente Médio, onde no mesmo território convivem Igrejas e comunidades cristãs que celebram o dia da Páscoa em dias diferentes, observando ou o Calendário Juliano ou Gregoriano.

(Com L’Osservatore Romano)

 

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27 junho 2019, 10:25