Sínodo da Amazônia: ministro brasileiro faz analogia entre ecologia integral e desenvolvimento sustentável
Silvonei José, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
As soluções para problemas ambientais e sociais, através da perspectiva de uma “ecologia integral”, são abordadas pelo Papa Francisco na encíclica Laudato sí sobre o cuidado da Casa Comum. O conceito que une ciência, política e religião, segundo o secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África, o ministro Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega, caminha no mesmo sentido do conceito de “desenvolvimento sustentável”, que sugere qualidade em vez de quantidade, e que já se trabalha no Brasil desde 1992 com a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92 ou Cúpula da Terra.
Sínodo leva mensagem de dignidade às populações amazônicas
O diplomata, que trabalha na pasta que administra os laços desenvolvidos historicamente com países dos três continentes, esteve em Roma e concedeu entrevista a Silvonei José do Vatican News/Rádio Vaticano. Além da tratar da política externa que, segundo o ministro, tem se beneficiado com a imagem positiva do Brasil no mundo apesar dos desafios internos, Kenneth falou sobre a atuação “histórica e positiva” da Igreja na Amazônia brasileira.
O ministro afirmou que o Sínodo vai reforçar a atividade pastoral da Igreja, além de levar uma mensagem de dignidade e cidadania às populações que lutam com dificuldades para viver naquela região, através do debate de ecologia integral.
“Eu entendo que na Encíclica Laudato sí, o Papa Francisco menciona um conceito de ecologia integral, um conceito muito próximo de desenvolvimento sustentável. A ecologia integral agrega uma dimensão espiritual, mas, em grande parte, são conceitos muito parecidos. E foi com o conceito de desenvolvimento sustentável que o Brasil construiu a sua atuação internacional nos foros ambientais e em suas políticas públicas, desde a Conferência Rio-92. Eu vejo um Sínodo que vai procurar discutir as questões de desenvolvimento e sociais na região Amazônica sob a égide do conceito de ecologia integral, que pra nós é muita próxima do conceito de desenvolvimento sustentável, através de uma discussão muito construtiva e útil para as populações que estão lá e precisam do meio ambiente para progredir e deixar a condição de pobreza.”
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