Disputa pelo território amazônico é desafio entre Davi e Golias
Pe. Edilberto Sena - Santarém/Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
Enquanto a Europa sofre com o junho mais quente da história, nossos rios na Amazônia são cada vez mais contaminados e destruídos. O questionamento é lícito: existe relação entre os dois fenômenos?
Os garimpos na área do Rio Tapajós vão além da busca artesanal. Mais de 200 escavadeiras reviram o fundo do rio e seus igarapés em busca de ouro. As águas que desembocam em frente à bela Santarém estão enlameadas.
Frei Messias de Souza, franciscano que vive a serviço do povo Mundurucu no Alto Tapajós:
A contaminação invade o rio com mercúrio e a lama chega até a foz, em Santarém. Seus afluentes estão sendo agredidos no Mato Grosso. Quatro grandes barragens já mudam a dinâmica do rio Teles Pires, dos peixes, da flora e de seus povos. No rio Juruena, 15 barragens hidrelétricas estão em construção ou projetadas; todas agridem os povos ribeirinhos e indígenas. No Tapajós, 7 grande hidrelétricas estão projetadas, mas movimentos de resistência têm se organizado.
A solução é a gestão participativa das águas
Em um Seminário em Santarém ficou decidido organizar um Comitê popular de bacias hidrográficas. O Comitê será constituído em contraponto à proposta oficial do governo que inviabiliza a participação da sociedade civil em decisões sobre empreendimentos ao longo dos rios da Amazônia.
Em Mato Grosso já existe uma iniciativa semelhante. Luciana Ferraz, doutora em ecologia em Cuiabá, afirma que “só os comitês populares conseguirão proteger e defender os rios: é a gestão participativa das águas”.
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