Destruição de rios, córregos e igarapés ameaça a vida dos povos Destruição de rios, córregos e igarapés ameaça a vida dos povos 

Disputa pelo território amazônico é desafio entre Davi e Golias

Padre Edilberto Sena, Presidente da Rede de Notícias da Amazônia brasileira, denuncia a contaminação causada pelo garimpo no Tapajós e seus afluentes e o alagamento de aldeias, consequência das usinas hidrelétricas.

Pe. Edilberto Sena - Santarém/Cristiane Murray - Cidade do Vaticano

Enquanto a Europa sofre com o junho mais quente da história, nossos rios na Amazônia são cada vez mais contaminados e destruídos. O questionamento é lícito: existe relação entre os dois fenômenos?

Os garimpos na área do Rio Tapajós vão além da busca artesanal. Mais de 200 escavadeiras reviram o fundo do rio e seus igarapés em busca de ouro. As águas que desembocam em frente à bela Santarém estão enlameadas.

Tapajós é alimentado por três grande bacias regionais, Juruena, Teles Pires, Alto Tapajós
Tapajós é alimentado por três grande bacias regionais, Juruena, Teles Pires, Alto Tapajós

 

Frei Messias de Souza, franciscano que vive a serviço do povo Mundurucu no Alto Tapajós:

“A destruição de rios, córregos e igarapés está crescendo de forma avassaladora. De dezembro para hoje, várias aldeias foram submergidas”

A contaminação invade o rio com mercúrio e a lama chega até a foz, em Santarém. Seus afluentes estão sendo agredidos no Mato Grosso. Quatro grandes barragens já mudam a dinâmica do rio Teles Pires, dos peixes, da flora e de seus povos. No rio Juruena, 15 barragens hidrelétricas estão em construção ou projetadas; todas agridem os povos ribeirinhos e indígenas. No Tapajós, 7 grande hidrelétricas estão projetadas, mas movimentos de resistência têm se organizado.

Aqui, a reportagem completa

A solução é a gestão participativa das águas

Em um Seminário em Santarém ficou decidido organizar um Comitê popular de bacias hidrográficas. O Comitê será constituído em contraponto à proposta oficial do governo que inviabiliza a participação da sociedade civil em decisões sobre empreendimentos ao longo dos rios da Amazônia.

O rio Tapajós é nasce no estado do Mato Grosso
O rio Tapajós é nasce no estado do Mato Grosso

Em Mato Grosso já existe uma iniciativa semelhante. Luciana Ferraz, doutora em ecologia em Cuiabá, afirma que “só os comitês populares conseguirão proteger e defender os rios: é a gestão participativa das águas”.

“A disputa pelo território amazônico é um desafio de Davi contra Golias, mas Davi não vai desistir da luta”

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03 julho 2019, 09:46