Pela primeira vez um presidente pisa em solo norte-coreano. Encontro no dia 30 de junho foi considerado histórico Pela primeira vez um presidente pisa em solo norte-coreano. Encontro no dia 30 de junho foi considerado histórico 

Sonho que o Papa Francisco possa ir a Pyongyang em breve, diz bispo de Daejeon

O apelo da Igreja para os presidentes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte é de prosseguir sem pressa, "passo a passo". "Isso permitiria que ambas as partes abrissem pequenos mas constantes vislumbres de encontro e diálogo", explica o bispo de Daejeon, Lazzaro You.

"Uma boa notícia". Não contém a alegria e a emoção Dom Lazzaro You Heung-sik, bispo de Daejeon,  Coreia do Sul, diante das imagens históricas do encontro de domingo entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o líder norte-coreano Kim Jong-un, em Panmunjeom.

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Os dois líderes apertaram as mãos e em seguida Trump entrou em território norte-coreano, sendo o primeiro presidente estadunidense a fazê-lo. O aperto de mão e o passo histórico ocorreram precisamente no povoado construído na DMZ, a linha de demarcação militar estabelecida pelo armistício de 1953.

Panmunjeom é também o lugar onde no ano passado foram realizadas duas reuniões de cúpula entre Kim e o presidente sul-coreano Moon Jae-in.

No domingo, Trump e Kim tiveram uma conversa informal de 50 minutos, ao final da qual anunciaram a decisão de retomar as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano e a segurança na península. Trump também anunciou que irá convidar Kim para visitar a Casa Branca.

As palavras do Papa no Angelus

 

Ao comentar a notícia,  Dom You recordou as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco no domingo após rezar o Angelus:

 

“Nas últimas horas assistimos na Coreia um bom exemplo de cultura do encontro. Saúdo os protagonistas, com a oração a fim de que tal gesto significativo constitua um passo ulterior no caminho da paz, não somente naquela península, mas em favor do mundo inteiro.”

Encontro de cúpula de fevereiro

 

O encontro entre os dois líderes assume um valor ainda mais importante à luz da reunião cúpula de fevereiro realizada em Hanói, no Vietnã, que não resultou em nenhum acordo e nenhuma declaração foi assinada.

"O que para alguns foi lido como um fracasso – comenta o prelado - pode ser considerado como um encontro em que dois líderes tiveram uma compreensão melhor e mais profunda das posições de seus respectivos países. É preciso continuar. A esperança é que o processo siga em frente, como o Papa assinalou, na esteira da cultura do diálogo e do encontro".

Em oração pela paz e a unidade nacional

 

O bispo ressalta que, há apenas uma semana, em 25 de junho, a península coreana recordou o 69º aniversário do início da devastadora guerra na Coreia, que provocou a morte de 3 milhões de pessoas e uma situação de divisão que persiste até hoje.

Marchas, manifestações e encontros de oração foram organizadas. "Celebramos uma Missa - conta Dom You – no povoado de Panmunjeom, a poucos quilômetros da fronteira com a Coreia do Norte, pela paz e pela união do país, e que contou com a participação de 20 mil pessoas".

Seguir em frente com paciência

 

O apelo aos líderes dos EUA e de Pyongyang é "de seguir em frente com muita paciência". No encontro bilateral, o presidente Trump e o líder norte-coreano Kim decidiram retomar as negociações.

O bispo de Daejeon considera muito encorajadoras as declarações divulgadas logo após pelo secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, anunciando para meados de julho uma reunião entre os delegados dos dois países para o lançamento de "um novo projeto de diálogo". “É esta a cultura do encontro: continuar as conversações", acentua o prelado.

Os objetivos do diálogo são conhecidos: "por um lado, os Estados Unidos que pedem a Kim Jong-un para desmantelar completamente o arsenal nuclear. Por outro lado, o líder norte-coreano espera que algumas sanções contra Pyongyang sejam canceladas em contrapartida".

Como sair deste impasse de exigências e expectativas? "Prosseguindo sem pressa, pouco a pouco, um passo após outro", responde o bispo de Daejeon. "Isso permitiria a ambas as partes abrir pequenos, mas constantes, vislumbres de encontro."

Um sonho

 

"Eu sonho e rezo - diz Dom Lazzaro ao concluir - que o Papa possa ir à Coreia do Norte". No ano passado, causou furor no país a notícia do convite (verbal) ao Papa Francisco por parte de Kim Jong Un, que o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, comunicou pessoalmente ao Santo Padre em Roma.

"A visita de um Papa a Pyongyang permitiria ao líder norte-coreano reconquistar a confiança da comunidade internacional no país. Mas isso pode acontecer com a condição de que o país se abra à Igreja Católica e permita a reativação da diocese de Pyongyang, onde atualmente não existe um bispo e um padre católico sequer”.

(M. Chiara Biagioni, Agência SIR)

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01 julho 2019, 13:48