Bispos Chilenos: violados os direitos humanos, não restrinjam as possibilidades de ingresso.
Cidade do Vaticano
Mais de 1000 cidadãos venezuelanos foram bloqueados na fronteira entre o Peru e o Chile. Desde o último dia 23 de julho, o Ministério do Interior chileno passou a solicitar a apresentação de um visto de turista como pré-requisito para a entrada.
A Conferência Episcopal Chilena (CECh) manifesta sua preocupação com a crise humanitária na fronteira, agravada nas últimas semanas pelo pedido surpresa de visto consular para o turismo, que permite a entrada de emigrantes venezuelanos no país.
"Diante desta medida, o Instituto Católico Chileno para as Migrações - INCAMI - e a Pastoral Social Caritas Chile, expressam profunda preocupação pela decisão que violou os direitos humanos de dezenas de pessoas".
Esta medida imprevista saturou os postos fronteiriços e consulados, pois aqueles que viajaram durante semanas não tinham conhecimento dos novos requisitos de entrada. O documento recorda:
"Durante muito tempo, o nosso país teve de repensar a questão da migração. A ausência de uma lei de acordo com o novo contexto latino-americano, no qual há um fluxo crescente de pessoas em trânsito, é consequência de uma histórica falta de vontade política em vários setores. Esta nova visão não pode ser desenvolvida isoladamente. A migração é um fenômeno global que deve ser abordado nesta perspectiva.
Os bispos estão conscientes de que "a resolução deste problema não passa apenas pelas decisões tomadas no Chile", e por isso pedem soluções "envolvendo todos os governos da região, e em particular os responsáveis pela liderança política da Venezuela, para encontrar saídas para esta crise que sangra seu povo".
"Até que isso aconteça, todos nós que fazemos parte da América Latina estamos moralmente envolvidos e nosso país deve contribuir com medidas razoáveis para pedir documentação às pessoas que vivem o drama do deslocamento da Venezuela".
Citando o Papa Francisco, os bispos colocaram-se à disposição das autoridades, esperando que "qualquer decisão futura sobre esta delicada questão seja o resultado de uma reflexão serena e de um olhar atento sobre as pessoas que sofrem, mais do que a pressão e o medo", e pedem para que não sejam feitas "acusações infundadas contra as instituições eclesiais, sob uma suposta promoção da entrada irregular de pessoas no país", pois "somos os primeiros empenhados em reafirmar a validade do Estado de direito e o respeito pela lei".
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