Fátima: “Sem Liturgia não há missão”
Domingos Pinto – Lisboa
“Liturgia e missão devem andar sempre de mãos dadas, porque a liturgia é também missão da igreja”.
Palavras do Presidente da Comissão Episcopal de Liturgia em Fátima no passado dia 26 de julho no encerramento do 45º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, este ano centrado no tema “Liturgia e Missão”.
Um encontro que “também ficará conhecido pelo «Cantoral Nacional», sublinhou D. José Cordeiro que refletiu sobre o tema “O envio missionário nos sacramentos do serviço e da Comunhão”.
“Sem liturgia não há missão,” disse o Bispo de Bragança-Miranda que falou da liturgia como “a Bíblia rezada“ e “igreja em oração”.
Na sua conferência, D. José Cordeiro citou o Papa Francisco para dizer que “a família atravessa uma crise cultural profunda”, e considerou “a família como a primeira escola de liturgia, porque há valores que se a família não nos dá, muito difícil na catequese ou na comunidade se aprendem”.
Na última conferência do encontro o Cardeal Patriarca de Lisboa falou sobre “A dimensão litúrgica da missão”, insistindo na projeção missionária da liturgia.
"Trata-se, afinal, de viver e expandir a oração que Cristo nos ensinou – o Pai Nosso, perpassado todo ele de impulso missionário. É rezado no plural e endereça-se ao Pai, abrindo a todos. É a presença do Ressuscitado, especialmente sentida quando nos reunimos em seu nome, que nos impulsiona à missão. Aconteceu com a Madalena, aconteceu com os primeiros discípulos e acontece connosco, ou nem estaríamos aqui”, sublinhou D. Manuel Clemente.
“A conclusão da Oração Eucarística resume e projeta a realidade inteira do que havemos de ser, missionariamente. O “Ámen!” que responde à doxologia compromete-nos na sua efetivação universal”, disse o Patriarca de Lisboa.
O Presidente da CEP alertou ainda para “a religiosidade natural“ que “não se desamarra de tempos e espaços repetidos, descai facilmente para a magia e dificilmente se torna missionária”. Outra coisa é a “piedade popular”, que é “religiosidade evangelicamente convertida e expansiva, traduzida na cultura de cada povo”.
Para D. Manuel Clemente “é a presença do Ressuscitado, especialmente sentida quando nos reunimos em seu nome, que nos impulsiona à missão”. A comunidade orante é a base da missão: «Partilhar a Palavra e celebrar juntos a Eucaristia torna-nos mais irmãos e vai-nos transformando pouco a pouco em comunidade santa e missionária».
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