75% da população haitiana vive em condições de extrema pobreza, em muitos casos sem água e eletricidade 75% da população haitiana vive em condições de extrema pobreza, em muitos casos sem água e eletricidade 

A obra missionária dos camilianos no Haiti

A população no Haiti ainda sofre as consequência do terremoto devastador de janeiro de 2010. 75% da população vive em condições de extrema pobreza, em muitos casos sem água e eletricidade. 70% da força de trabalho está desempregada e a agricultura é incapaz de atender às necessidades dos habitantes. Para agravar a situação, gangues semeiam a violência entre a população.

Cidade do Vaticano

"Ainda hoje, quase dez anos após o terremoto que devastou o Haiti, estamos tentando acompanhar a população haitiana para uma plena recuperação", disse à Agência Fides padre Aris Miranda, missionário camiliano e diretor executivo da Fundação Camillian Disaster Service International (CADIS), comentando os programas de assistência realizados nos últimos anos na ilha caribenha, após o sisma de 12 de janeiro de 2010 que provocou 230 mil vítimas, 300 mil feridos e 1 milhão de pessoas deslocadas.

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"Nestes anos - diz ele - a ilha foi atingida por quatro furacões e o cólera continua a provocar vítimas. Milhares de pessoas ainda vivem em cidades de lona".

Presença entre os necessitados

 

Os religiosos camilianos estão presentes no Haiti desde 1995 e seu serviço e presença junto à população, especialmente entre os pobres e marginalizados, é muito apreciado.

Em novembro de 2001, inauguraram um centro de saúde, o Foyer Saint Camille. Esta estrutura é composta por um dispensário para a medicina de base, onde cerca de 300 pessoas são visitadas a cada dia.

"Ao lado deste centro - explica padre Aris Miranda - há três pavilhões para a acolhida e a estadia de crianças e adultos doentes, com uma academia equipada para fisioterapia e um centro de nutrição", explica o missionário. "Também temos uma casa de acolhida para crianças portadoras de deficiência que foram abandonadas, o Foyer Bethléem, e desde 2006 funciona a escola primária e secundária Saint Camille, que acolhe mais de 500 estudantes", acrescenta.

75% da população vive em condições de extrema pobreza

 

Também do ponto de vista econômico, a situação no Haiti é desastrosa: 75% da população vive em condições de extrema pobreza, em muitos casos sem água e eletricidade. 70% da força de trabalho está desempregada e a agricultura é incapaz de atender às necessidades dos habitantes.

"Até hoje - continua o camiliano - os haitianos devem sua sobrevivência quase que exclusivamente à ajuda internacional e às remessas daqueles que imigraram. E o quadro se torna ainda mais dramático se considerarmos que a corrupção e a violência continuam a crescer no país”. 

Violência disseminada

 

Além disso, um grave problema é a violência e a criminalidade generalizada: "Estamos preocupados com o aumento da insegurança em todo o país, devido à crise política", diz ele.

Desde o início de 2019, mais de cem civis perderam a vida nas mãos de gangues armadas que chantageiam até mesmo ONGs e Embaixadas: "Nos últimos meses, tivemos problemas para chegar aos escritórios onde operamos com nossos projetos de apoio por causa desses distúrbios", relata o diretor do CADIS.

Colocar o foco nas pessoas

 

Apesar dessas dificuldades, o compromisso apostólico dos camilianos continua através de intervenções assistenciais. Agora em Ranja, na Diocese de Jeremie, está sendo planejado o início uma escola agrícola: "Nossa intervenção - conclui padre Aris -  terá como foco o fortalecimento da capacidade dos agricultores, a reorganização e o programa de cooperação entre as mulheres, o fortalecimento do mercado local de seus produtos, a construção de um centro polivalente para a formação e a proteção da bacia hidrográfica da erosão do solo e da aridez. Devemos colocar o foco nas pessoas".

(Agência Fides)

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22 julho 2019, 08:49