Card. Désiré: Igreja em Madagascar, uma presença profética
Cidade do Vaticano
“É uma alegria imensa acolher o Santo Padre em nosso país! O meu país, do qual muitos no mundo sequer conhecem a existência, finalmente se sente apreciado. Nosso Madagascar, por exemplo, encontra-se entre os países mais pobres do mundo, mas paradoxalmente é muito rico. Há produtos minerários, o mar é rico de peixes, a natureza exuberante em todo lugar. Madagascar é o maior produtor mundial de baunilha. Mas é o capital humano que torna essa ilha extraordinária, única no mundo.”
É o que afirma o cardeal Désiré Tsarahazana, arcebispo de Toamasina, em Madagascar, ilha situada no oceano Índico, segunda etapa da viagem apostólica do Papa Francisco em sua viagem à África. Após ter visitado Moçambique, o Santo Padre chega esta sexta-feira (06/09) a Madagascar, qual “Semeador de paz e de esperança”, lema de sua visita em terras malgaxes.
Igreja local goza de grande credibilidade
“Nossa mãe Igreja está presente e alcança todas as várias partes do país, até as mais remotas, mediante seus representantes e, sobretudo, através dos catequistas e leigos engajados. Não somente para os jovens, mas também a sociedade em seu conjunto, a Igreja é uma instituição que goza de grande credibilidade, porque as pessoas veem, em cada um de seus membros, uma pessoa que se interessa por suas vidas. Sacerdotes e bispos buscam continuamente o bem comum no país, e isso reforça nossa credibilidade”, lê-se em artigo do purpurado publicado no jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.
Convite aos cristãos malgaxes a viver a fé autenticamente
“Há muito a ser feito”, afirma o cardeal Désiré. “Infelizmente, meus concidadãos estão se tornando cada vez mais pobres e no país há problemas a ser resolvidos, como a insegurança tanto nas áreas rurais quanto na capital”, ressalta.
A Igreja, através da Conferência episcopal, continua denunciando as anomalias que fazem o povo sofrer e encoraja as pessoas a assumir suas reponsabilidades. Convida todos os cristãos a viver a fé de maneira autêntica.
Combater a corrupção e uma justiça que não funciona bem
“Infelizmente – continua –, há ainda muito a ser feito para combater a corrupção e uma justiça que não funciona bem. A pobreza, como nos ensinam as Escrituras, nasce de uma desordem social, da injustiça e dos abusos cometidos por aqueles que, dispondo de muitos meios, tendem a prevaricar sobre os outros.”
“Não é compatível com a fé cristã oprimir os mais fracos para enriquecer somente a si mesmos. Precisamos de líderes capazes e de pessoas motivadas que possam fazer com que o país se desenvolva da melhor forma possível”, conclui o cardeal malgaxe.
(L’Osservatore Romano)
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