Encontro dos bispos lusófonos: compromisso com a paz, a fraternidade e a vida
Isabella Piro/Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano
Concluiu-se na Guiné-Bissau, nesta segunda-feira (21/01), o XIV encontro dos bispos dos países lusófonos. O encontro foi realizado, em Bissau, capital do país, de 16 a 21 deste mês, sobre o tema “O diálogo inter-religioso na construção da paz e do desenvolvimento nos países lusófonos” e contou com a participação dos bispos de Angola, São Tomé e Príncipe, Brasil, Guiné-Bissau e Portugal.
Os prelados reiteraram o compromisso com a paz, a fraternidade humana e a vida, que deve ser concretizado através “do diálogo e ações comuns”.
Colaboração entre os países lusófonos
O comunicado final dos trabalhos, publicado no site da Conferência Episcopal Portuguesa, ressalta que esse compromisso deve expressar o “desejo de continuar aprofundando a reflexão e o diálogo, aumentando a colaboração e o trabalho conjunto entre os países lusófonos”.
No documento, lido publicamente no último domingo (19/01), no final da missa celebrada na Catedral de Bissau, todos os grupos religiosos são chamados a “melhorar seu envolvimento recíproco, partindo da reflexão dos trabalhos partilhados, crescendo na confiança mútua, partilhando as preocupações comuns e aprofundando o diálogo em suas várias possibilidades de conteúdo e forma”.
Sinais concretos de esperança
Além disso, num país como a Guiné-Bissau em que o “diálogo ecumênico e inter-religioso tem relevância na vida cotidiana das pessoas e comunidades”, os participantes do encontro sugeriram que as várias religiões sejam envolvidas no “diálogo de oração, solidariedade, justiça social, ecologia integral e direitos humanos”, que anima a sociedade na ótica “da convivência e da hospitalidade recíproca”.
O texto conclusivo do encontro sublinha também o contexto atual difícil, definindo-o “tempo de grande crise”, marcado por “ameaças à família, relativismo dos valores e mudanças climáticas que colocam em risco a sobrevivência da família humana”. “No âmbito global, é urgente rever e transformar os estilos de vida, as relações humanas, as estruturas sociais e políticas”, em que “se verificam todas as formas de desequilíbrio, abuso e violência”, lê-se ainda no comunicado final.
“Diante dessas dificuldades”, escrevem os bispos, “todos nós buscamos o sentido da vida e muitos olham para a fé a fim de encontrar sinais concretos de esperança”, tanto que “milhões de pessoas, principalmente jovens, se inspiram nos líderes religiosos”, procurando “sinais, ideias e ações que fazem a diferença”.
Construir juntos a reconciliação
Os bispos lusófonos citam o Documento sobre a Fraternidade Humana pela paz mundial e convivência comum, assinado em 4 de fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, pelo Papa Francisco e o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, que afirma que o diálogo, a compreensão e a promoção de uma cultura de tolerância, aceitação dos outros e convivência pacífica contribuem para reduzir muitos problemas econômicos, sociais, políticos e ambientais.
“A paz é um dom de Deus e de construção fraterna. Com fé e confiança em Deus, juntos construiremos a reconciliação na fraternidade e na solidariedade, na convivência, na justiça e na esperança”, concluem os bispos.
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