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Plano Trump para a paz no Oriente Médio: as reservas dos bispos EUA

As críticas da Igreja EUA ao controverso Plano de paz se somam às já expressas pelos Patriarcas e Chefes das Igrejas de Jerusalém, Patriarcado de Babilônia dos Caldeus, no Iraque, e pela Assembleia dos ordinários católicos da Terra Santa. Entre os pontos mais contestados, o fato que Israel tenha Jerusalém como sua capital indivisa, conserve todos os assentamentos de colonos criados após a guerra de 1967 na Cisjordânia e mantenha o controle da segurança da região

Cidade do Vaticano

Também os bispos dos EUA têm fortes reservas sobre o “Peace to prosperity”, o plano de paz para o Oriente Médio apresentado em 28 de janeiro por Donald Trump para resolver o conflito palestino-israelense. Nesse sentido, se expressa uma carta ao secretário de Estado norte-americano Michael Pomeu, assinada pelo presidente da Comissão episcopal para a justiça e a paz internacional, dom David Malloy.

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Negociação direta entre Israel e Palestina, único caminho

A carta recorda que o tão almejado progresso das negociações de paz não pode prescindir de alguns pontos determinantes. O mais importante é que israelenses e palestinos são “os únicos que podem resolver seus contrastes e concordar uma solução ao impasse crônico” das negociações.

Mesmo reconhecendo o papel “significativo” dos EUA, para os bispos estadunidenses o único caminho que se pode percorrer permanece sendo a negociação direta entre Israel e Palestina com o apoio da comunidade internacional.

Reiterado apoio da Santa Sé à solução de dois Estados

Em seguida, os prelados reiteram a posição da Santa Sé de apoio à solução dos dois Estados, junto ao direito de Israel “de viver em paz e segurança dentro de suas fronteiras reconhecidas pela comunidade internacional”, bem como o direito do povo palestino “cujas legítimas aspirações devem ser reconhecidas, respeitadas e implementadas”.

A condição imprescindível para uma “discussão frutífera”, ressalta ainda a carta, “é que cada um dos dois Estados reconheça e defenda a legitimidade do outro”. Isso exige “passos concretos de colaboração” antes do alcance de um acordo.

A tarefa dos EUA e de todas as outras partes envolvidas deveria ser, portanto, contribuir para ajudar esse processo levado adiante pelos dois atores principais. Segundo os bispos estadunidenses todas essas condições não são contempladas no plano de Trump.

Construir um clima de confiança recíproca

Para uma paz estável e duradoura na região é necessário que as mútuas recriminações sobre as hostilidades sofridas por ambos os povos deem lugar a iniciativas para construir um clima de confiança recíproca, evidencia ainda a missiva.

Por fim, um pensamento dirigido à comunidade cristã na Terra Santa: “Os líderes das duas nações devem garantir o direito a praticar e professar a sua fé tanto aos cristãos que aí residem quanto aos peregrinos que devem poder ter acesso livre aos lugares santos”.

Reservas dos Patriarcas e Chefes das Igrejas da Terra Santa

As críticas da Igreja estadunidense ao controverso Plano de paz, imediatamente rechaçado pelos líderes políticos palestinos, se somam às já expressas estes dias, entre outros, pelos Patriarcas e os Chefes das Igrejas de Jerusalém, pelo Patriarcado de Babilônia dos Caldeus, no Iraque, e pela Assembleia dos ordinários católicos da Terra Santa.

Entre os pontos mais contestados do projeto, o fato que Israel tenha Jerusalém como sua capital indivisa, conserve todos os assentamentos de colonos criados após a guerra de 1967 na Cisjordânia e mantenha o controle da segurança da região.

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06 fevereiro 2020, 16:09