Portugal: Bispos apoiam referendo contra a despenalização da eutanásia
Domingos Pinto – Lisboa
“A opção mais digna contra a eutanásia está nos cuidados paliativos como compromisso de proximidade, respeito e cuidado da vida humana até ao seu fim natural. Nestas circunstâncias, a Conferência Episcopal acompanha e apoia as iniciativas em curso contra a despenalização da eutanásia, nomeadamente a realização de um referendo”.
A posição foi assumida no passado dia 11 de fevereiro em Fátima pelo Conselho Permanente da CEP que refletiu sobre esta matéria no contexto do debate e votação agendada para 20 deste mês no parlamento português de quatro projetos de lei com vista à legalização da eutanásia, apresentados pelo PS, Bloco de Esquerda, PAN e Os Verdes.
No comunicado apresentado em conferência de imprensa pelo secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, os bispos aludem à “hipótese da despenalização da eutanásia na Assembleia da República”, recordando as posições tomadas pela Igreja Católica em 2016, em particular a Nota Pastoral «Eutanásia: o que está em causa? Para um diálogo sereno e humanizador», na qual se afirma que “nunca é absolutamente seguro que se respeita a vontade autêntica de uma pessoa que pede a eutanásia”.
Neste contexto, o porta-voz da CEP entende que o referendo é uma forma “útil”, neste momento, “para defender a vida no seu todo, desde o princípio até ao seu fim natural”, assinalando ainda que a Igreja Católica se une a iniciativas da Ordem dos Médicos e de outras religiões, “contra a despenalização da eutanásia”.
Na mesma linha apontam as declarações à VATICAN NEWS de D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa à margem da conferência de imprensa que o Grupo de Trabalho Inter-Religioso | Religiões-Saúde, que integra representantes de nove confissões religiosas em Portugal, realizou esta 4ª feira, 12 de fevereiro, em Lisboa, para reafirmar uma posição conjunta contra a despenalização da eutanásia.
” A prioridade é a Pessoa Humana. A mim repugna-me e causa-me grande perplexidade que estejamos porventura a construir uma sociedade em que se oferece como plano de vida a pilula do dia seguinte e a pilula da do último dia. Ora isto não é uma sociedade que eu quero construir e estou convencido que os portugueses também não querem”, sublinha D. Américo Aguiar.
“A nossa resposta é a vida, e é sim à vida. Ponto. E a partir daí podemos conversar, mas não abrimos a porta da morte”.
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