Encontro de Bari: Igreja na Turquia exemplo de esperança
Federico Piana – correspondente em Bari
“A Igreja na Turquia é uma escola de esperança”. Palavras de Dom Rubén Tierrablanca Gonzalez, vigário apostólico de Istambul que participa do encontro dos bispos e dos patriarcas do Mediterrâneo em Bari (19-23 de fevereiro) com a consciência de quem sabe que um acontecimento internacional tão importante é um verdadeiro dom. “É uma ocasião única de confronto entre nós, bispos, sobre os problemas de toda a área do Mediterrâneo. Ouvindo-nos entre nós podemos nos entender e ajudarmo-nos”. Na jornada dos debates sobre os temas da migrações, das guerras e das pobrezas, dom Gonzalez faz questão de destacar que a realidade mostra também perspectivas positivas como a da sua igreja.
Excelência, qual é a situação da Igreja na Turquia neste período histórico?
Dom Gonzalez: Vive uma situação difícil. Não é um segredo: não temos reconhecimento legal. E isso nos coloca em uma situação difícil e limitada. Mas não podemos nos deter nos limites: estes devem ser enfrentados e superados. A Igreja Católica, minoria religiosa no país, existe e existirá sempre. Porque somos o berço da Igreja primitiva. A origem da Igreja é o nosso território. Podemos definir Istambul e a parte ocidental da Turquia como a “terra dos concílios”: de Niceia, de Constantinopla, de Éfeso, de Calcedônia. Para nós tudo isso é um compromisso para viver a nossa fé, para dar testemunho do Evangelho.
Há sinais de esperança?
Dom Gonzalez: Sim, por exemplo, o fato de poder criar uma Igreja multicultural, multilinguista, é sinal da unidade da própria Igreja. Por outro lado, a Turquia do ponto de vista social e político, está em constante movimento. Isso nos dá esperança para um futuro melhor. A Igreja na Turquia constrói a esperança, pode-se dizer que é escola de esperança!
A Turquia também está envolvida na dolorosa questão dos migrantes. E os homens e as mulheres de fé do país não deixaram de ajudar e sustentar…
Dom Gonzalez: Certamente. A Turquia é a porta da Europa e está aberta a acolher e colaborar. E a Igreja também sempre se disponibilizou. A Cáritas e também outras associações trabalham não só para recolher fundos mas também na colaboração entre eles e com a Igreja. A nossa tarefa é a de acompanhar as pessoas e faremos isso enquanto pudermos.
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