Burkina Faso: nosso país corre o risco de desaparecer, diz porta-voz da Conferência Episcopal
Cidade do Vaticano
“As armas não são suficientes. Nosso país corre o risco de desaparecer se não nos defendermos juntos contra os terroristas por meio da oração, da unidade e da solidariedade. Somente assim poderemos combater o terrorismo”. Foi o que declarou à Fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) o secretário-geral da Conferência Episcopal de Burkina Faso e Níger, padre Pierre Claver Belemsigri.
A série de ataques jihadistas - que já causaram a morte de dezenas de cristãos e forçaram centenas de milhares de burquinenses a fugir - parece não ter fim. De acordo com um balanço oficial divulgado em 12 de fevereiro, são 765.517 as pessoas deslocadas internamente, das quais 369.139 crianças e 89.783 famílias, distribuídas em 169 campos de acolhimento.
Os jovens vão para a Península Arábica em busca de trabalho ou estudo, observa o padre Claver, e "quando retornam, trazem de volta uma visão diferente e mais fundamentalista do Islã, que tem impacto na convivência e coexistência entre as diferentes religiões".
"Há terroristas burquinenses ou estrangeiros - continua o secretário geral do Episcopado - que, com arma em punho querem fazer com que toda a África se torne islâmica. Querem até mesmo introduzir a sharia em nosso país".
Não obstante este drama esteja ocorrendo diante da indiferença mundial – são muito poucas as instituições de caridade internacionais na região -, os cristãos de Burkina Faso não renegam sua fé. “Pelo contrário - enfatiza padre Claver - os ataques terroristas contra nossa comunidade fortaleceram nossa fé. Apesar de suas vidas estarem sendo ameaçadas, os fiéis têm orgulho de serem católicos".
A Igreja Católica, portanto, para continuar a apoiar a população e sobretudo as centenas de milhares de pessoas deslocadas, está planejando - anuncia ele - "um grande fórum para este ano, dedicado a questões pastorais e de segurança. Será uma oportunidade para refletir sobre como ser cristão e viver a fé em um novo contexto de grave insegurança, marcado por ataques a nossos locais de culto".
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