Jesuítas em quarentena no Líbano
Cidade do Vaticano
O coronavírus é uma emergência também no Líbano, onde as autoridades ordenaram o fechamento das fronteiras e introduziram várias restrições, como em outras partes do mundo, para conter o contágio. As Igrejas cristãs do país, informa o jornal libanês L'Orient-le-jour, se adequaram às normativas, embora de maneiras diferentes.
Comunhão na mão
Em particular, desde 4 de março, o Patriarcado Maronita decidiu tornar obrigatória a Comunhão na mão até o final da epidemia, enquanto outras Igrejas deixaram em aberto. A medida foi aceita pela maioria dos fiéis, mas não faltaram contestações pela medida por parte de algumas comunidades, para as quais a Comunhão na mão é contrária à fé. Objeções que também causaram tensões, como aconteceu há alguns dias em uma paróquia no distrito de Keserwan, no Monte Líbano.
Diante dessas objeções, os bispos convidaram os fiéis a acolherem a medida em espírito de obediência, enfatizando que esse modo de receber a Comunhão não é novo na Igreja, mas faz parte de um costume antigo endossado por eminentes teólogos e redescoberto no Vaticano II. Isso foi recordado em uma mensagem pelo bispo de Jbeil, Dom Michel Aoun, que citou, entre outros, o Doutor da Igreja São Cirilo de Jerusalém.
Já a posição do bispo de Sarba, Dom Paul Rouhana, foi mais firme. Em uma mensagem, ele falou de uma campanha realizada por alguns grupos fundamentalistas e reafirmou a natureza obrigatória da medida, sem exceções, até o final da emergência.
Jesuítas em quarentena
Enquanto isso, foram relatadas as primeiras infecções em comunidades religiosas. Em 16 de março, a comunidade jesuíta de Beirute anunciou em comunicado publicado no jornal francófono online Libnanews, que 10 confrades, além de outro da comunidade de Bickfaya, haviam contraído o vírus. Quatro estão hospitalizados. A comunidade está em quarentena desde 7 de março.
Vários casos de contágio também ocorreram entre os fiéis na região de Keserwan e Byblos. Diante da emergência, o Patriarca Béchara Boutros Raï exortou todos os libaneses a ficarem em casa e a respeitarem as disposições das autoridades, pedindo aos fiéis para rezarem em casa, acompanhando as celebrações pela mídia.
Até o momento, o Covid-19 já causou quatro mortes no Líbano. As autoridades libanesas ordenaram uma mobilização geral até 29 de março para conter o contágio, o que inclui a obrigação de ficar em casa e limitar os deslocamentos ao mínimo, além do fechamento do aeroporto internacional de Beirute, todos os portos e fronteiras terrestres, de 18 a 29 de março.
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