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Bispos argentinos agradecem sacerdotes por testemunho de caridade

A humanidade "está vivendo a sua paixão". “Encontramos testemunhos sacerdotais que nos edificaram, mostrando a parte mais genuína da vocação: como nos conforta verificar o espírito missionário dos capelães dos hospitais e de tantos outros que não quiseram abandonar” doentes e moribundos “levando a eles a consolação da Palavra de Deus e dos sacramentos!”, afirmam os bispos

Cidade do Vaticano

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“Do coração do bom pastor nasce a compaixão, sofrer com os outros e sentir como própria a dor de todos aqueles que sofrem. Do coração do bom pastor nasce a oração de intercessão e o desejo de colocar-se ao lado daqueles que precisam de nós. Através desses e de tantos outros sinais do amor de Cristo, em meio a um mundo que vive  sua paixão, podemos ver importantes ‘germes de ressurreição’.”

É o que escreve a Comissão para os ministérios da Conferência Episcopal Argentina (CEA) numa carta na qual agradece aos sacerdotes por tudo que estão fazendo “pelo bem do nosso povo”.

Humanidade vive sua paixão

A humanidade “está vivendo a sua paixão. Não cessa de sofrer por causa desta pandemia e das múltiplas consequências trazidas por tal situação inédita que o mundo vive. O sofrimento dos doentes, a dor pelos mortos, a dramática perda dos entes queridos, a coragem dos profissionais da saúde e, ao mesmo tempo, o medo que sentem por causa do perigo a que são expostos, a angústia que deriva do isolamento e do confinamento em nossas casas (especialmente para anciãos e enfermos), as consequências no âmbito do trabalho e da economia para muitos que não têm o necessário para sobreviver, são algumas das expressões e dos rostos concretos que encontramos todos os dias”, lê-se.

Os verdadeiros heróis destes dias

No documento – intitulado “Consolai, consolai o meu povo – diz o vosso Deus” (Isaías 40,1) –, os bispos recordam as palavras pronunciadas pelo Papa Francisco em 5 de abril na homilia do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor: “Olhem para os verdadeiros heróis que vêm à luz nestes dias: não são aqueles que têm fama, dinheiro e sucesso, mas aqueles que se oferecem para servir os outros”.

Entre estes, acrescenta a Comissão do episcopado argentino, “encontramos testemunhos sacerdotais que nos edificaram, mostrando a parte mais genuína da vocação: como nos conforta verificar o espírito missionário dos capelães dos hospitais e de tantos outros que não quiseram abandonar” doentes e moribundos “levando a eles a consolação da Palavra de Deus e dos sacramentos!”

Arriscar a própria vida ao lado dos que sofrem

“Como é bonito deixar-se mover por este desejo que nasce de um coração apaixonado, evidenciado pelo transformar em possibilidades os limites em que nos encontramos, alimentando a fé do povo de Deus com todos os meios possíveis!”

“Como consola vê-los arriscar a própria vida ao lado daqueles que sofrem, dos mais pobres, e buscar torná-los visíveis de modo que, como sociedade, estamos próximos, partilhando com eles o pão de cada dia! Que bonita expressão de fraternidade vê-los preocupados com seus irmãos sacerdotes, mostrando afeto e proximidade a todos, especialmente aos anciãos e doentes!”

A contribuição do povo de Deus

Mas essa manifestação de caridade sacerdotal não teria sido tão eficaz sem o apoio dado pelo povo de Deus: “Que bonito ver sua contribuição para o bem comum aceitando a quarentena e os limites que comportava, a generosa partilha com os que têm menos, a força do voluntariado que desinteressadamente oferece seu serviço para cuidar do próximo e assisti-lo, em particular, os anciãos e os mais indefesos! Como nos revigora tê-los visto, especialmente durante a Semana Santa, transformar suas casas em templos para celebrar a fé como Igreja doméstica!”

Experiência pascal permite um novo olhar

A experiência da Páscoa permite um novo olhar. Como – recordam os bispos – disse o Papa Francisco na meditação de 27 de março numa Praça São Pedro deserta, “esta é a força de Deus: transformar em bem tudo o que nos acontece, inclusive as coisas negativas”.

“A carta é datada em 25 de abril, memória litúrgica da Virgen del Valle, da qual este ano se celebram os quatrocentos anos de sua aparição na província de Catamarca.”

Coroação pontifícia da imagem da Virgen del Valle

No domingo, 26 de abril, o bispo da Diocese de Catamarca, dom Luis Urbanč, presidindo na catedral a missa pelos 129 anos da coroação pontifícia da imagem de Nuestra Señora del Valle, invocou a Virgem Maria:

“Concedei-nos a graça de ser pacientes em meio às dificuldades, alegres e repletos de esperança nas horas sombrias e de tribulação, gratos nos bons êxitos e na superação dos problemas, perseverantes na oração e nas atividades diárias.”

E “obrigado” por “ter-nos acompanhado nestes quatrocentos anos com a única finalidade de trazer-nos o vosso Filho Jesus, redentor da humanidade”.

(L’Osservtore Romano)

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30 abril 2020, 14:01