Menino caminha na linha férrea em Bangkok Menino caminha na linha férrea em Bangkok 

Catholic Relief Services alerta para risco de carestia na África, Ásia e América Latina

"A pandemia é uma crise dentro da crise existente em diversas partes da África, América Latina e Ásia", disse o presidente da organização Sean Callahan. Os graves riscos à saúde são apenas parte da emergência Coronavírus, pois os bloqueios decretados em todo o mundo estão impedindo, entre outras coisas, a semeadura e as colheitas, a venda de produtos e o trabalho diário. Isso significa menos receitas para pessoas que necessitam desesperadamente de comida e menos alimentos disponíveis, a preços mais elevados".

Vatican News

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Há o risco de a pandemia de coronavírus provocar carestia em diferentes partes do mundo, já afetadas por secas, inundações, conflitos e agora também por gafanhotos. O alarme é do Catholic Relief Services (CRS), a agência de caridade dos bispos estadunidenses responsável por ajudas a outros países. Juntamente com outras organizações humanitárias, pede aos Estados Unidos novos fundos para ajudar as populações atingidas.

Crise dentro da crise

 

"A pandemia é uma crise dentro da crise existente em diversas partes da África, América Latina e Ásia", disse o presidente da organização Sean Callahan. Os graves riscos à saúde são apenas parte da emergência Coronavírus, pois os bloqueios decretados em todo o mundo estão impedindo, entre outras coisas, a semeadura e as colheitas, a venda de produtos e o trabalho diário. Isso significa menos receitas para pessoas que necessitam desesperadamente de comida e menos alimentos disponíveis, a preços mais elevados".

Invasão de gafanhotos

 

Entre os países mais ameaçados estão os da África Oriental, que nestes últimos meses têm sofrido com uma verdadeira invasão de gafanhotos. Atualmente, 35 milhões de pessoas padecem de fome. Devido ao bloqueio de voos para o Quênia, os pesticidas chegam com dificuldade e o risco é que os gafanhotos se multipliquem até junho vinte vezes mais, se espalhando para outros países.

 

A situação na África Ocidental e Central não é muito diferente, onde a principal ameaça às culturas é representada por mudanças climáticas, intensa urbanização e conflitos.

Mesmo sem o coronavírus, 17 milhões de pessoas correm o risco de ficar sem o suficiente para comer entre junho e agosto. O coronavírus poderia matá-las antes ou enfraquecer seus organismos. Para prevenir a propagação dos contágios - explicou Jerry Farrel, responsável pela ajuda da CRS à Nigéria -, a agência elaborou novos protocolos para a distribuição das ajudas alimentares, mas a situação sanitária atual desacelerou a adoção das novas medidas.

América Central sofre com a seca

 

Mas a “emergência fome” não diz respeito apenas ao continente africano. Na América Central, cerca de um milhão de pequenos agricultores tiveram suas colheitas de milho e feijão destruídas devido à seca e estão ficando sem suas reservas. As restrições impostas pelo Coronavírus só pioram a situação: esta é a estação do plantio e muitos agricultores hesitam em plantar por medo de contágio ou por serem presos pela polícia. "As famílias estão mais propensas a usar o pouco dinheiro poupado na compra de alimentos, do que de sementes e fertilizantes, comprometendo assim a próxima colheita", explica Blain Cerney, responsável pelo programa do CRS para El Salvador.

Sem escolas, crianças ficam sem única refeição do dia

 

O fechamento das escolas também contribuiu para piorar a segurança alimentar. São cerca de um bilhão e meio de estudantes forçados a ficar em casa em todo mundo por causa do bloqueio, mas para milhões de crianças nos países pobres isso também significa renunciar à única refeição do dia.

Necessidade de recursos

 

Juntamente com outras organizações humanitárias, o Catholic Relief Services está comprometido na linha de frente para lidar com essas emergências. Na África Oriental, por exemplo, está contribuindo para a compra de pesticidas contra gafanhotos. Além disso, em nove países, continua a fornecer refeições para crianças pobres que não podem ir à escola. Mas há uma necessidade de recursos. Daí o apelo ao Congresso e à Administração estadunidense para aumentar a ajuda às populações ameaçadas pela fome também por causa do Coronavírus. 

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27 abril 2020, 07:40