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Cruz, sinal de ressurreição

A cruz de Jesus Cristo, polo fascinante, agregador e absorvente de nossa afetividade, se faz presente em várias ocasiões e a graça do Senhor se tornou nosso suporte e fortaleza; ao contrário, a cruz mostrou-se sinal de ressurreição.

Padre César Augusto, SJ

Neste momento extraordinário de nossa vida, em que o mundo, em pleno século XXI, com seus progressos científicos, era da comunicação através da internet e do aqui e agora, da conferência virtual, era do drone, de um conhecimento mais apurado dos direitos humanos, das famosas “malhas finas”, onde se cruzam dados para saber a veracidade de dados, época em que desde longe posso abrir minha garagem, suspender o abaixar as persianas de minha casa, ver o que falta na dispensa da cozinha, programar tanta coisa com acertos, tempo também das “fake news”, mas era em que um simples vírus, não visível a olho nu e  nem com microscópio comum, derruba toda essa potência pós moderna! Já com meses provocando uma pandemia com milhares de mortes, não se encontrou a medicina que a curasse! Deus não quis isso para seus filhos queridos, mas através dessa paixão e cruz, Ele os permitiu aprofundar a solidariedade, a publicação da entrega de muitos profissionais, no serviço de seus concidadãos, muitas vezes entrega que leva à morte.  Para nós que somos reflexivos, vivemos uma ocasião para conhecer de modo muito claro e forte quem é o Homem e a fragilidade de tudo que nos rodeia e a capacidade de amar que está dentro desse ser a quem Deus entregou a criação para que a administrasse. Deus continua nos amando e nos confiando missão específica. As circunstâncias históricas de nosso nascimento e formação revelam isso. Somos cristãos! Qual nosso testemunho diante desta situação? Como estamos agindo?

A cruz de Jesus Cristo, polo fascinante, agregador e absorvente de nossa afetividade, se faz presente em várias ocasiões e a graça do Senhor se tornou nosso suporte e fortaleza; Ao contrário, a cruz mostrou-se sinal de ressurreição.

Jesus, o amigo desejado, nos chama e nos envia aos irmãos. Como gosta de falar o Papa Francisco, somos Igreja em saída! Até que ponto isso é verdade em nossas vidas? Deixamos tudo para segui-lo, como fez São Luís Gonzaga, que não se importou com o sacerdócio, mas foi às ruas de Roma socorrer os empestados?

Na Paixão vemos o Cristo vilipendiado por causa de seu amor aos homens. Sigo-o no despojamento, nas humilhações, afrontas, como dizia Santo Inácio de Loyola? Para Inácio, para Teresa d’Ávila, nada importa! O que importa é segui-lo. Ele é meu e eu sou dele!

Coloco todos os meus dons e carismas ao seu serviço, ao do seu Reino?

O que o amado deverá pensar em relação ao Amor Maior?

Não será perguntar ao Senhor qual foi a chaga que mais o magoou, mas se perguntar:” Por que o Senhor se entregou à paixão?

Sempre abandonar-me no Senhor, até o dia do abandono radical e definitivo. Nessa ocasião, Maria Visitadora, nossa Mãe, como escreveu São José de Anchieta, virá buscar este seu filho, para apresentá-lo ao Pai e dizer ao Filho, “eis o teu companheiro!”

Quero caminhar arriscando-me por Jesus e pelo seu Reino.

 

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10 abril 2020, 12:22