Venezuela. Bispos pedem o fim do sofrimento do povo
Davide Dionisi – Cidade do Vaticano
O presidente dos Bispos da Venezuela e arcebispo de Maracaibo, Dom José Luis Azuaje, comentou o confronto à distância entre Nicolás Maduro e Donald Trump, afirmando: “Enquanto não aparecer a verdade e as partes em causa mantiverem as suas posições, não se chegará a um acordo”. Um confronto nascido depois ataque falido da semana passada feito por um grupo de desertores, acompanhados por dois mercenários estadunidenses, com o objetivo de acabar com o regime chavista e repor a democracia na Venezuela.
Em uma entrevista para o canal venezuelano Telesur, o presidente Maduro sustentou que a Venezuela "é uma obsessão de Trump". O falido ataque armado, explicou, “foi uma operação secreta ordenada por Donald Trump com a cumplicidade do presidente colombiano, Iván Duque Márquez”. Enquanto que Trumpo respondeu que os Estados Unidos não têm nenhuma relação com o ocorrido.
Temores pelo futuro da Venezuela
Dom Luiz Azuaje lançou um apelo aos líderes políticos para que “os sofrimentos dos venezuelanos sejam aliviados o quanto antes”. O prelado destacou também que “as acusações de uma parte e de outra só agravam a situação de desespero dos cidadãos que estão cada vez mais em dificuldades”. Além disso Dom Luis Azuaje anunciou que os bispos se reunirão para discutir o ocorrido no cárcere de Los Llanos em Guanare, no Estado central de Portuguesa, onde no início do mês morreram 50 presos durante uma revolta que tinha como objetivo provocar uma fuga em massa.
A maior preocupação do bispo é a quarentena que já dura oito semanas e a retomada que “deverá garantir trabalho para o futuro”. Segundo o presidente da Conferência Episcopal “o país não tem condições de estender o período de isolamento porque a crise em ato já criou inúmeras dificuldades principalmente no âmbito dos serviços públicos. A isso deve-se acrescentar a falta de combustível e o aumento excessivo dos preços para os consumidores”.
Dias atrás a Cáritas Internacional tinha solicitado à comunidade internacional a suspensão das sanções econômicas contra alguns países, entre os quais a Venezuela, para poder consentir a importação de medicamentos, de equipamentos médicos e de bens de primeira necessidade para a população, assim como de disponibilizar mais verbas para sustentar as comunidades mais vulneráveis para sobreviverem este período de isolamento.
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