Dom Valentim: "Quero ser um pastor que testemunha a misericórdia, a ternura e o amor de Deus"
Vatican News
“O Papa Francisco me pede essa missão e com alegria me coloco à disposição, com a graça de Deus, para servir o povo de Balsas neste caminho de construção do Reino de Deus. A nomeação foi surpresa, mas uma alegria, por ser nomeado para uma diocese missionária que fica na Região Sul do Maranhão”, disse o bispo eleito da Diocese de Balsas, monsenhor Valentim Fagundes de Meneses, desde 2015, provincial dos Missionários do Sagrado Coração (MSC) da Província do Rio de Janeiro, com sede em Juiz de Fora (MG), e presidente da Conferência Americana dos MSC na América Latina.
No mesmo dia da eleição, monsenhor Valentim esteve com o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e ganhou de presente um anel, a cruz peitoral e um solidéu. Ele veio para agendar a sua ordenação episcopal a ser realizada no Rio de Janeiro, marcada para o dia 26 de setembro, memória dos mártires São Cosme e São Damião, às 9h, na Paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Praça Seca, onde ele foi pároco entre 2012 e 2014. A celebração será transmitida ao vivo para todo o Brasil pela RedeVida de Televisão, WebTV Redentor, Rádio Catedral e demais mídias do Setor de Comunicação da Arquidiocese do Rio.
Segundo monsenhor Valentim, seu ordenante principal será o bispo de Macapá, no Amapá, Dom Pedro José Conte. “Ele é uma pessoa próxima, foi importante na minha vida e, por outro lado, quis trazer a presença da Igreja da Amazônia na celebração, lembrando meus tempos de missão na Diocese de Conceição do Araguaia”, disse. Nesta diocese, situada no sul do Estado do Pará, ele trabalhou de 1996 a 2001, sendo professor do seminário, coordenador dos religiosos e pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Floresta do Araguaia.
Um dos coordenantes será Dom José Carlos Brandão Cabral, bispo de Almenara (MG), cuja diocese monsenhor Valentim também atuou como missionário de 2009 a 2001, sendo vigário da Paróquia Senhor Bom Jesus e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Ajuda, em Monte Formoso, ambas situadas no Vale do Jequitinhonha. O outro coordenante será seu irmão de congregação, o bispo de Caicó (RN), Dom Antônio Carlos Cruz Santos.
“Estou chegando como alguém que entra numa procissão”, disse monsenhor Valentim, referindo-se a sua nova missão na Diocese de Balsas, que estava vacante desde o dia 2 de fevereiro de 2020, após o falecimento de seu quarto bispo, Dom Enemésio Angelo Lazzaris.
“A Diocese de Balsas tem sua história, e sempre contou com bispos comprometidos, vigilantes na fé, atentos às necessidades do povo de Deus. Venho para entrar nessa caminhada, na esperança de ser fiel ao mandato que Deus me pede, de caminhar com o povo, na construção de um Reino de justiça, de paz, de vida. O sul do Maranhão é uma região desafiante, mas peço a bênção de Deus para seguir o caminho e servir esta diocese, com atenção aos mais pobres, os últimos, os mais necessitados”, afirmou.
De origem portuguesa, monsenhor Valentim afirmou: “me sinto carioca”. Ele nasceu na Freguesia de Algualva, Ilha Terceira, em Açores, Portugal, no dia 22 julho de 1953. “Aos 6 anos cheguei ao Brasil, e boa parte da minha vida passei aqui neste chão, nas terras do Rio de Janeiro. Após cursar filosofia em Campinas (SP) e teologia em São Paulo, fui ordenado no dia 2 de julho de 1982, na Praça Seca, cuja paróquia é confiada à minha congregação. Em seguida, fui enviado para a Cidade de Deus, na zona oeste do Rio, onde aprendi a ser padre. Fui vigário e pároco da Paróquia Pai Eterno e São José, de 1982 a 1987. O povo me ensinou os primeiros passos do sacerdócio”, afirmou.
Ainda no Estado do Rio de Janeiro, também exerceu, de 1991 a 1995, as funções de formador de filosofia no Seminário Padre Júlio Chevalier, em Nova Iguaçu, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Tinguá, e professor de teologia Pastoral no Seminário Paulo VI, em Nova Iguaçu.
Durante os 38 anos do exercício do ministério sacerdotal, monsenhor Valentim teve uma intensa vida missionária. De 1988 a 1990, participou da fundação de uma missão da congregação em El Salvador-Centro América, atuando na pastoral paroquial, como capelão de presídio e na direção dos religiosos. “Tive a graça de fazer uma bela experiência com o povo de Deus numa época em que o país vivia uma guerra civil, e o privilégio de conviver com muitos mártires”, disse.
Ele também colaborou na fundação de nova missão em Quito, no Equador, de 2002 a 2007, onde atuou como formador de candidatos à vida religiosa e superior local da congregação. “Trabalhei com os indígenas nas periferias de Quito, acolhendo e convivendo com uma cultura maravilhosa. Foi muito rico fazer a experiência de ver Deus presente em todas as culturas e povos”, disse.
Formado na Escola da ternura do Sagrado Coração de Jesus, monsenhor Valentim ficou feliz por Ele ser também padroeiro da Diocese de Balsas, afirmando que seu ministério será um reflexo dessa manifestação do amor de Deus.
“Um sinal forte na minha vida e missão. Tudo o que eu fizer na seara da evangelização estará conectado com o coração de Jesus. Quero ser um pastor que testemunha a misericórdia, a ternura e o amor de Deus por cada um de nós. Deixar transparecer o amor de Jesus, o rosto de Deus vivo, o verdadeiro pastor”, disse.
Eleito em tempos de pandemia, monsenhor Valentim, em tom de brincadeira, disse que faz parte da equipe de Abraão, pediu orações, mas afirmou que está pronto para a missão.
“Fui chamado para ser bispo aos 67 anos. Faço parte de uma geração abraãmica e a minha missão vai exigir apoio e oração de todos. Assim como pediu o Papa Francisco no início de seu Pontificado, também peço: rezem por mim. Nossa geração está vivendo um tempo único na História por causa da pandemia, mas também é uma oportunidade de perceber a presença e a ternura de Deus nesse momento de caminhada de cruz, mas com a esperança de chegar à ressurreição”, completou.
Carlos Moioli
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