Fátima: “Não esquecemos a nossa vocação à santidade”
Domingos Pinto - Lisboa
A reconciliação foi o tema central da reflexão que o bispo emérito de Santarém apresentou aos peregrinos, na homilia da Missa da Peregrinação Internacional Aniversária de setembro, na Cova da Iria.
Na sua homilia, no passado dia 13, D. Manuel Pelino destacou que “o perdão tem de estar sempre presente porque as ofensas, as palavras e atitudes que magoam, as vaidades e invejas que dividem, o azedume das más disposições, estão enraizados no coração humano”.
“O perdão alicerça a convivência fraterna na comunidade e aproxima-nos de Deus, levando-nos a amar como Ele nos ama. Orienta-nos, assim, para uma existência reconciliada e faz resplandecer mais claramente, na nossa vida e na da Igreja, a misericórdia e a graça de Deus”, sustentou o prelado.
“Somos, verdadeiramente, um povo de pecadores, mas não esquecemos a nossa vocação à santidade, disse o prelado que lembrou o apelo à oração e penitência pela concórdia e pela paz que Nossa Senhora deixou aos Pastorinhos, em Fátima.
A concelebrar nesta eucaristia esteve o bispo de Leiria-Fátima que saudou os peregrinos e renovou o apelo à prática de “fraternidade, reconciliação e a paz” deixado pelo bispo emérito de Santarém.
D. António Marto convidou todos a “usar a medicina da misericórdia, do perdão e da reconciliação”, que permite “desintoxicar os corações e o mundo da carga de agressividade, de rancor, ressentimento e ódio, de desejos e sede de vingança, que terminam normalmente na violência, até na crueldade”.
Um mundo onde não há o perdão, de Deus e o perdão recíproco, uns aos outros, é um mundo perdido”, sublinhou o cardeal português que pediu ainda orações pela reconstrução do Líbano e pelos refugiados do campo de Moria, na ilha grega de Lesbos.
Antecipando a semana que marca o início do ano letivo, o prelado deixou uma mensagem particular aos mais novos para que, neste regresso, cumpram as regras de segurança que lhes forem indicadas, no âmbito da pandemia do novo coronavírus.
O programa evocativo da quinta aparição de Nossa Senhora, em 1917, integrou, pela primeira vez, os peregrinos surdos que fizeram a sua peregrinação nacional.
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