CNJP preocupada com «ventos de racismo e xenofobia» em Portugal
Domingos Pinto – Lisboa
“Queremos dar relevo à mensagem do papa para o Dia Mundial da Paz”, uma mensagem que “este ano fala da cultura do cuidado como caminho para a paz”.
É desta forma que Pedro Vaz Patto, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, destaca à VATICAN NEWS a nota ‘A Cultura do Cuidado e a Paz’ que este organismo da igreja católica em Portugal publicou no contexto da proposta de Francisco no início do ano.
Uma mensagem que “contrapõe a cultura do cuidado à cultura da indiferença, do descarte, do conflito”, diz Vaz Patto que considera que “aquilo que tem chocado a opinião pública, dos portugueses em geral, é o assassinato de um estrangeiro a quem foi recusada a entrada em Portugal”.
No caso concreto, “um cidadão ucraniano, como exemplo claro da violação dos direitos humanos, do espezinhar da dignidade humana que nos envergonha”, refere aquele responsável.
Apesar dos elogios que têm sido feitos nos últimos anos aos serviços sociais de apoio aos emigrantes, a Comissão Nacional Justiça e Paz afirma que vê “com tristeza Portugal atingido por ventos de racismo e xenofobia”.
Em tempo de pandemia, a CNJP põe também em relevo aspetos positivos, com “a dedicação dos profissionais de saúde, profissionais ligados ao cuidado dos idosos, como uma concretização desta cultura do cuidado”.
“É importante reconstruir a sociedade em bases mais justas e por isso uma atenção àqueles que mais têm sofrido com a pandemia”, sublinha o presidente da CNJP que considera que o acesso à nova vacina “não pode ficar dependente dos recursos económicos”.
“Se a vacina não for de acesso universal, nunca poderemos dizer que a pandemia está debelada, porque neste aspeto ninguém se salva sozinho”, alerta Vaz Patto.
A CNJP reafirma ainda preocupação com o conflito em Cabo Delgado, norte de Moçambique, que já provocou mais de 2 mil mortos e 600 mil deslocados, vítimas do terrorismo.
“Isto é um sinal de que o mundo em geral não dá àquilo que se passa em Africa a atenção que será devida”, sublinha o Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz.
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