Lourdinha Fontão Lourdinha Fontão 

Serva de Deus Lourdinha Fontão, exemplo de mãe e de catequista

No dia 23 de janeiro foi realizado o translado e reconhecimento canônico dos restos mortais da Serva de Deus, Lourdinha Fontão da Igreja de Nossa Senhora do Loreto para o Santuário de São Roque em São José do Rio Pardo (SP) a solenidade foi realizada com missa celebrada pelo bispo diocesano, Dom Antônio Emídio Vilar com participação da Comunidade Cisterciense. Maria de Lourdes Benedita Nogueira Fontão, conhecida como Dona Lourdinha Fontão, faleceu no dia 18 de julho de 1988 e foi sepultada no interior da igreja Nossa Senhora do Loreto, em São José do Rio Pardo e em 2014 declarada Serva de Deus.

Ricardo Gomes – Jornalista

Maria de Lourdes Benedita Nogueira Fontão, Dona Lourdinha, focolarina e catequista deixa como exemplo uma vida dedicada à Palavra de Deus. Ela foi catequista na Paróquia Santuário São Roque, São José do Rio Pardo (SP). No dia 23 de janeiro o bispo diocesano, dom Antônio Emídio Vilar presidiu à missa após à qual houve o reconhecimento canônico dos restos mortais da Serva de Deus e o trasladado da Igreja de Nossa Senhora de Loreto para a Paróquia Santuário de São Roque.

Uma mulher simples, mas com uma profunda espiritualidade, que deixou como legado uma vida de oração, compromisso e dedicação à Paróquia Santuário de São Roque, onde atuou como Ministra Extraordinária da Eucaristia, além de ser grande incentivadora de vocações à vida religiosa no Mosteiro Cisterciense de São José do Rio Pardo, interior do Estado de São Paulo.

“Devo muito à Lourdinha, pois sei que ela rezou muito pela minha vocação. Até hoje quando estou com sérias dificuldades para resolver vou junto ao seu túmulo na Igreja de Nossa Senhora de Loreto e peço sua graça. De uma forma ou de outra tudo se encaminha. Ela dizia que "para Deus não há coincidência, mas Providência". Ela amou muito a Igreja, a Paróquia e o Mosteiro e percebo que até hoje intercede por nós.”, afirmou dom Abade Paulo Celso.

Lourdinha com a família
Lourdinha com a família

Mãe e Catequista

Natural de São José do Rio Pardo, Maria de Lourdes Nogueira Fontão, nasceu no dia 1º de março de 1931, filha de Leonor do Prado Nogueira e de Waldemar Nogueira. Da mãe herdou uma profunda devoção a Nossa Senhora, sendo confiada à Virgem Maria pela sua madrinha de batismo.

Sua infância foi dentro de uma família de vida simples, sua mãe costureira e seu pai alfaiate, durante o dia, e à noite funcionário da Associação Atlética Riopardense. Desde muito jovem conviveu com as Irmãs do Educandário São José, entidade que abriga crianças órfãs que eram suas vizinhas, ela morava quase defronte ao Educandário. Lá ela fez sua catequese e com dez anos, sua Primeira Comunhão. Logo após a Primeira Comunhão passou a ajudar as irmãs na Catequese das crianças que residiam no educandário e isto foi sua iniciação religiosa.

“Sua alegria e humildade contagiava a todos, por isso não havia quem não abrisse o coração para fazer uma doação diante dela, pois era muito estimada por ricos e pobres”, dom  Paulo Celso, Abade Emérito.

Aos dezessete anos se formou professora na Escola Normal Euclides da Cunha, iniciando no magistério em escolas rurais de difícil acesso, sendo obrigada a usar no transporte cavalos ou burros na região de Divinolândia (Fazenda Boa Vista dos Mori) e de Tapiratiba (Fazenda Pinhal do Sr. Benedito e Dona Josefina Teco). Após seu casamento foi residir na Usina Itaiquara, onde o Dr. Heber era dentista, e passou a lecionar na Fazenda Fortalezinha. Para chegar até lá, ia todos os dias de trolinho, uma pequena charrete com um condutor e aproveitava o caminho para ir rezando o terço. E foi lá que iniciou seu trabalho de evangelização.

Lourdinha com o marido
Lourdinha com o marido

Compromisso com a Evangelização

Lourdinha Fontão foi uma mulher que se doou completamente à evangelização, mas também encontrava tempo para sua família enquanto se desdobrava nas diversas atividades. Foi Coordenadora da Semana da Família que era realizada todos os anos em São José do Rio Pardo, com expressiva participação de fiéis. Foi ainda membro da Equipe Pastoral da Comunidade de Base; dirigente da Comunidade de Santa Teresinha; Ministro da Eucaristia; membro do Apostolado da Oração; dirigente do Clube de Mães da Comunidade de Loreto; integrante do grupo da Obra das Vocações Sacerdotais; colaboradora da Gazeta do Rio Pardo, onde tinha uma coluna semanal; colaboradora do Boletim Diocesano de São João da Boa Vista; promotora de bazares beneficentes na Paróquia de São Roque; membro da Pastoral da saúde, ministrava a Eucaristia aos doentes, confortando um sem número de famílias; participou do Congresso de Paróquias Novas, em Roma, representando a Paróquia São Roque, em maio, junho de 1986, no Movimento dos Focolares. Nesta viagem conheceu a Madre Teresa de Calcutá, em Loreto.

Uma mulher que deixa grandes lições de vida e compromisso. Na família soube tão bem plantar a semente da fé e do exemplo, motivo de ser sempre considerada como exemplo para a igreja, continuidade de sua família. Fazia da igreja sua família e de sua família uma igreja doméstica. Sua morte trágica deixou uma lacuna aberta na igreja riopardense.

Por causa da sua vida e exemplos é que dom Abade Paulo César está reunindo documentos e informações para organizar o processo diocesano para a sua beatificação. Nesta fase estão sendo recolhidos testemunhos de bispos da região, muitos conheceram Lourdinha Fontao e testemunham sua vida de santidade.

Túmulo da Serva de Deus
Túmulo da Serva de Deus

Um exemplo que começou na família

Lourdinha Fontão foi uma mulher que deixou como legado seu exemplo de mãe, e de mulher comprometida com a evangelização. Um testemunho importante da filha: “Ela parecia ter ligação direta com Deus, era impressionante, sempre tinha uma palavra amiga e de Fé para todos”, reflete Maria de Lourdes Nogueira Fontão de Pauli.

Prossegue: “Queria eu ter sua Fé e sua força! Ela parecia ter ligação direta com Deus, era impressionante, sempre tinha uma palavra amiga e de Fé para todos. A onde ela estava tinha “movimento”, animação, alegria e trabalho. Tudo para a maior glória de Deus,  era assim que ela dizia.  Minha mãe  não via barreiras  para conseguir atingir seus objetivos, se esses   fossem  para ajudar alguém, para ajudar a difundir  Deus".

"Escrevia muito, para todas as pessoas que ela julgava importante, políticos, que muitas vezes  ela nem conhecia. Escrevia para padres, bispos, para o Papa, parentes. Para todos ela tinha uma palavra amiga e de Fé. Temos todas as respostas dessas correspondências".

"Quantas vezes eu ouvia,  ela dizer: temos de fazer o bem sempre se não fazemos por amor, Deus vem nos cutucar pela dor. Meus filhos não esperem a dor amem sempre. Isso ela dizia todos os dias para todos nós. Ela era incansável uma pedra de Fé , Força e Amor. Até quando ela fazia as unhas, como qualquer mulher, ela rezava o terço com a manicure. Dizia, não podemos perder tempo!!!”

Vélório e sepultamento da Serva de Deus Lourdinha Fontão

 

 

 

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29 janeiro 2021, 09:11