Líbano: cardeal Béchara Raï espera uma conferência internacional da ONU para reconstruir o país
Vatican News
“Uma conferência internacional que, sob o amparo das Nações Unidas, trabalhe na reconstrução do Líbano numa sólida base institucional, política e diplomática.” Foi o que disse o patriarca de Antioquia dos Maronitas, cardeal Béchara Boutros Raï, durante sua homilia no último domingo (08/02), em Bkerké.
O País dos Cedros vive há muitos meses uma situação crítica em várias frentes: as forças políticas não conseguem chegar a um acordo para formar um novo governo, que está vacante há algum tempo. No âmbito econômico, a moeda foi desvalorizada em 80%, e o confinamento provocado pela pandemia da Covid-19 piorou ainda mais a situação social. A tudo isso se somaram as várias manifestações de rua contra o impasse do executivo. Dois episódios dramáticos atingiram recentemente o país: em 4 de agosto de 2020, a explosão no porto de Beirute provocou cerca de 200 mortos e 7 mil feridos, e em 5 de fevereiro, foi morto o ativista Lokman Slim, intelectual fortemente crítico do Hezbollah.
Diante desse “colapso”, o cardeal Raï pediu uma conferência internacional que tem como objetivo “consolidar o Líbano em suas bases constitucionais modernas”, baseadas “na unidade e no princípio da neutralidade”. O patriarca espera que tal encontro internacional possa “remediar a falta de uma autoridade constitucional definida, desbloquear a constante paralisia do poder” e trabalhar para o bem comum. “No marco de um sistema democrático que leva em conta todos os libaneses e todo o Líbano, propomos preservar a coexistência cristã-islâmica”, acrescentou o purpurado.
Na manhã desta segunda-feira (08/02), a crise libanesa foi um dos temas abordados pelo Papa Francisco em seu discurso ao Corpo Diplomático acreditado junto à Santa Sé: “Desejo um compromisso político nacional e internacional renovado para favorecer a estabilidade do Líbano, que atravessa uma crise interna e corre o risco de perder sua identidade e se ver ainda mais envolvido em tensões regionais”, disse o Pontífice. “É necessário que o país mantenha sua identidade única, a fim de garantir um Oriente Médio plural, tolerante e diversificado, no qual a presença cristã possa oferecer sua contribuição e não seja reduzida a uma minoria a ser protegida”, ressaltou. Além disso, “sem um processo urgente de retomada econômica e reconstrução, existe o risco de fracasso do país, com a possível consequência de perigosas derivas fundamentalistas”.
Vatican News Service – IP/MJ
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