Dom Odilo: presença do Papa no Iraque será um bálsamo para a minoria cristã
Andressa Collet – Vatican News
O Papa Francisco embarca nesta sexta-feira (5) ao Iraque para a 33ª viagem apostólica do seu pontificado. É também a primeira vez na história que um Papa visita o país, já que o desejo de João Paulo II de encontrar os cristãos iraquianos em 1999 não foi realizado.
O conforto, então, parte hoje de Francisco para “não desapontar um povo pela segunda vez”, como o próprio Papa disse nesta quarta-feira (3), ao final da Audiência Geral, ao pedir orações para que a viagem possa ser realizada desta vez como está sendo programada. Um encontro muito esperado, comentou o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, sobretudo para encorajar os cristãos que se viram forçados a abandonar o lar para buscar esperança fora do país:
“A visita do Papa Francisco ao Iraque é sem dúvida um grande sinal. Da parte do Papa, mostra a grande sensibilidade que o Papa tem em relação ao povo do Iraque que tem passado por duras provas durante esses últimos tempos e, de modo muito especial, pelos cristãos e pelos católicos que vivem no Iraque e que, durante esse tempo todo de conflitos e guerras, acabaram sendo duramente atingidos e provados, e diminuíram também a sua presença: muitos deles tiveram que emigrar para escaparem aos riscos. No entanto, há um bom grupo de cristãos caldeus, de católicos que estão lá perseverando e, também com o apoio das organizações da Igreja, do próprio Papa, estão conseguindo superar esta dificuldade tão grande que encontram."
Diálogo e convivência pacífica entre religiões
A presença do Papa no país, por três dias de agenda intensa em seis cidades do Iraque, também será uma ocasião para abraçar os irmãos, judeus e muçulmanos, filhos do mesmo pai comum, Abraão. A proximidade fraterna de Francisco, assim, inclusive ao encontrar outros líderes religiosos, deve inspirar a construção do bem comum projetando uma mensagem ao Oriente Médio e ao mundo inteiro.
“A visita do Papa Francisco, sem dúvida, representa um grande momento também de encontro com o povo do Iraque que é, em grande maioria, muçulmano. Encontrará as autoridades do governo e também autoridades religiosas muçulmanas com as quais tentará sentar para um diálogo para, de alguma forma, manifestar também o apreço e encontrar formas de apoio e de convivência pacífica entre as várias religiões no Iraque e, sobretudo, de diálogo para superação dos conflitos, mesmo que não sejam conflitos religiosos, mas os conflitos que têm marcado duramente as populações do Iraque nesses últimos tempos. Eu peço a Deus que acompanhe o Papa Francisco e sua comitiva nessa viagem ao Iraque e que ela traga muitos frutos, muitas bênçãos para aquele povo.”
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