Canadá. Bispos do Québec: rezar e agir contra a violência às mulheres
Vatican News
Entre fevereiro e março, no Québec, no Canadá, sete mulheres foram mortas por seus cônjuges ou parceiros, o que eleva para 14 o número total de feminicídios perpetrados desde o início da pandemia da Covid-19: parte deste dado o comunicado divulgado, dias atrás, pela Conferência Episcopal do Québec, através do Conselho Igreja e Sociedade.
Reconstruir a confiança
"Mesmo uma só vítima já é demais", diz a nota. "Como pessoas de fé, unimos nossas vozes às de organizações que agem contra a violência conjugal, para pedir ao governo nacional que aja, implementando as 190 recomendações contidas no Relatório 'Reconstruir a confiança' e financiando adequadamente sua implementação."
Seu objetivo é delinear as questões a serem consideradas a fim de estabelecer novas medidas e oferecer serviços mais eficazes no sistema de justiça para as vítimas de tais atos violentos.
Transformar a situação atual é possível
"Acreditamos que é possível - escrevem os bispos -, transformar a situação atual para que a violência contra as mulheres cesse e elas sejam acreditadas e protegidas, junto com suas crianças."
Também é central o apelo dos bispos para que "as mulheres tenham acesso aos recursos de que necessitam", e os homens violentos "sejam acompanhados por serviços específicos para prevenir agressões e reduzir o risco de reincidência".
Jesus deu dignidade às mulheres marginalizadas
O exemplo a ser seguido, sublinharam os bispos do Québec, é o de Jesus, Aquele que "deu dignidade às mulheres marginalizadas de seu tempo e ensinou que o amor ao próximo conta mais" do que qualquer outra coisa. Sua Ressurreição, ademais, "alimenta a esperança diante da violência e do mal presentes no mundo".
Deve-se ressaltar que a nota episcopal foi acompanhada de algumas iniciativas específicas: por exemplo, em 31 de março, as igrejas do Québec tocaram seus sinos para recordar as mulheres vítimas de violência; em 2 de abril, Sexta-feira Santa, durante a Via-Sacra, as comunidades recitaram uma intenção especial de oração:
"Aos pés da Cruz, oremos pelas mulheres e meninas de nossa sociedade que sofreram humilhações, espancamentos e violência até sua morte. Elas carregaram a cruz como Jesus. Denunciamos todos os abusos, inclusive os cometidos dentro da Igreja. Rezamos para que nossa Igreja e nossa sociedade sejam um modelo de proteção, prevenção e paz."
Recordada também tragédia das mulheres aborígenes
A oração especial também se deteve na tragédia das mulheres aborígenes: "Muitas delas desapareceram ou foram assassinadas - foi lembrado. Outras sofrem violência e discriminação, por exemplo, no campo da assistência médica".
Por esta razão, foi solicitado que se encorajasse "a escuta, o diálogo e a eliminação do racismo". Por fim, um pensamento foi dirigido a todas "as vítimas do tráfico de pessoas, das guerras e da perseguição religiosa" e uma oração foi feita para que "as religiões possam ser um instrumento de paz e de unidade".
Vatican News – IP/RL
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