Migração e o desafio da pandemia: encontro dos bispos de fronteira da América Latina
Vatican News
Os bispos das dioceses de fronteira do Peru, Bolívia, Chile e Argentina, mantiveram, no último dia 6 de abril, um encontro virtual para tratar “sobre as novas preocupações, que o fenômeno migratório está gerando na América Latina, e os desafios suscitados pela pandemia da Covid-19”.
Participaram do encontro virtual Padre Fábio Baggio, vice-secretário do Setor Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral, Núncios Apostólicos e Chefes das Comissões Pastorais das Migrações dos quatro países latino-americanos.
Ao término do encontro, os Bispos divulgaram um comunicado intitulado: “Refletir, conhecer, partilhar e influenciar, como Igreja, os contextos migratórios, diante das manifestações de vulnerabilidade dos direitos nas regiões fronteiriças”.
O objetivo deste encontro virtual era “ampliar a abertura de diálogo fraterno, segundo a presença e relevância da Igreja, diante dos fenômenos sociais dos respectivos países latino-americanos”.
“A migração – diz o comunicado - é um fenômeno cada vez mais em aumento em todo o mundo, também na América Latina. Neste contexto, o Papa Francisco convida-nos a acolher, defender, promover e integrar os migrantes, atitudes assumidas pela Igreja latino-americana e caribenha”.
No entanto, os Bispos recomendam que “este trabalho com os migrantes e refugiados, nas regiões fronteiriças, deve ser acompanhado por ambos os lados das fronteiras, para coordenar as ações necessárias, a fim de que a proposta do Papa possa se tornar realidade”.
Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano 2019 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, “10 por cento da população mais rica da América Latina concentra em suas mãos ampla quota de renda, maior do que qualquer outra região do planeta”, ou seja, 37 por cento, enquanto 40 por cento da população mais pobre detêm apenas 13 por cento.
Logo, segundo as estimativas, cerca de 50 milhões de pessoas, em toda a região, são obrigados a viver fora de seus países de origem por questões econômicas. Neste número estão incluídos todos os que não conseguiram cruzar as fronteiras, por terem perdido suas vidas ou detidos ao tentar atravessá-las.
Além do mais, em 2020, a América do Sul e o Caribe tiveram que arcar com um dos maiores fluxos migratórios do mundo: os migrantes e refugiados venezuelanos, que, em janeiro do ano passado, chegaram a um número de quase 4 milhões, dos quais muitas crianças.
Vatican News Service - IP/MT
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