Sako na mensagem para o Ramadã: remover de textos didáticos ofensas aos cristãos
Vatican News
"Por ocasião do início do mês sagrado do Ramadã, estendo minhas sinceras felicitações e bênçãos aos nossos irmãos e irmãs muçulmanos, pedindo a Deus Todo-Poderoso que abençoe seu jejum e os faça desfrutar de saúde, segurança e os livre a eles e a toda a humanidade do perigo da pandemia da Covid-19."
É o que escreve o patriarca de Babilônia dos Caldeus, no Iraque, cardeal Louis Raphael I Sako, numa breve e intensa mensagem de felicitações dirigida a seus concidadãos de fé islâmica no início do mês sagrado do Ramadã, o tempo especial que as comunidades islâmicas do mundo inteiro dedicam ao jejum, à oração e à esmola.
Aprofundar os laços de fraternidade, amizade e respeito
No texto da mensagem, recebido pela Fides - agência missionária da Congregação para a Evangelização dos Povos -, o patriarca espera que este momento especial para os muçulmanos "se torne uma oportunidade para se aproximar de Deus e das pessoas através do jejum, oração, atos de caridade, misericórdia, perdão e reconciliação, e para aprofundar os laços de fraternidade, amizade e respeito que o Papa Francisco evocou durante sua visita ao nosso país realizada de 5 a 8 de março", lê-se.
O primaz da Igreja caldeia espera que o Ramadã se torne também uma oportunidade para "promover os princípios da paz, estabilidade e convivência, de modo a abrir uma nova página positiva na vida dos iraquianos, para que todos possam desfrutar de alegria e felicidade depois de todos os males que sofreram".
Uma solicitação muito concreta
A mensagem não se limita a considerações gerais em favor da coexistência entre diferentes componentes da sociedade iraquiana, mas se conclui com um pedido muito concreto:
"Nesta ocasião", escreve o patriarca Sako, "peço a adoção da denominação dos cristãos como 'Povo do Livro', que deve ser incluída nos livros didáticos utilizados nas escolas nacionais em substituição de outras definições errôneas e inaceitáveis".
Definição sugerida a ser adotada é também de origem islâmica
Em alguns livros escolares, mesmo no Iraque, os cristãos ainda são indicados como "infiéis" ou "politeístas" (takfir, kafir), expressões típicas da polêmica anticristã de origem islâmica.
A definição que o patriarca de Babilônia dos Caldeus e primaz da Igreja caldeia no Iraque sugere que seja adotada para indicar os cristãos nos livros escolares é também de origem islâmica, pois se encontra no Alcorão.
(Fides)
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