Cresce preocupação com a saúde de Pe. Swamy, preso há 7 meses na Índia
Vatican News
Crescem as preocupações com as condições de saúde do padre Stan Swamy, o idoso sacerdote jesuíta, ativista dos direitos humanos dos povos indígenas, preso há mais de sete meses na Índia sob a acusação de terrorismo e sedição.
Em uma coletiva de imprensa em 15 de maio, amigos e familiares do clérigo disseram temer que ele possa ter contraído o coronavírus na prisão de Taloya, em Mumbai, onde está detido. Numerosos casos positivos foram registrados na cidade, que é um dos epicentros da segunda grande onda da pandemia que atingiu a Índia. Irudaya Swamy disse que durante a última conversa telefônica com seu irmão, ele queixou-se de febre, diarreia, dores nas articulações e resfriado, todos sintomas compatíveis com Covid-19.
O advogado jesuíta Pe. Arockiasamy Santhanam, que está acompanhando o caso, declarou ao jornal católico digital Matters of India, que queria entrar em contato com a Comissão Nacional de Direitos Humanos (NHRC) para solicitar a presença de uma equipe médica na prisão para verificar as condições de saúde dos detidos e indicar às autoridades penitenciárias as medidas a serem tomadas em relação a pessoas como o padre Stan. O objetivo é conseguir a transferência do sacerdote e de outros internos doentes para instalações onde possam ser tratados.
"A Comissão divulgou muitos protocolos a serem seguidos rigorosamente nas prisões, mas parece que a Prisão de Taloja não segue nenhum deles e as autoridades penitenciárias não têm respeito pela NHRC", afirmou o advogado que falou na coletiva de imprensa ao lado de familiares de 15 outras pessoas presas com o padre Stan sob a mesma acusação.
"Esperamos que Taloja não se torne como Auschwitz. Pedimos que ao padre Stan Swamy, bem como aos outros presos em condições graves, sejam fornecidos tratamentos imediatos que possam salvar suas vidas. Se o governo não é capaz de fazer isso, que o liberte sob fiança, para permitir o tratamento médico adequado. Caso contrário, será responsável pelas consequências", alertou.
Padre Swamy foi detido em 8 de outubro, juntamente com outros 15 ativistas sociais pelos direitos dos Adivasi, todos acusados, de acordo com o "Ato de Prevenção de Atividades Ilícitas" (Uapa), de terrorismo e cumplicidade com os rebeldes maoístas e, em particular, de um suposto envolvimento nos motins que eclodiram em 2018 em Bhima-Koregaon, no Estado de Maharashtra. Acusações que o sacerdote sempre refutou. Apesar da idade e das precárias condições de saúde associadas ao Parkinson, as autoridades indianas rejeitaram sua libertação, mesmo sob fiança.
Nos últimos meses, numerosos apelos foram lançados por vários membros da Igreja na Índia, mas também do exterior, pedindo sua libertação por razões humanitárias, para que possa receber atendimento e se defender das injustas acusações que pesam contra ele. Os apelos - incluindo os de três cardeais indianos em janeiro passado, durante uma reunião com o primeiro-ministro Narendra Modi - não surtiram efeito.
Vatican News Service - LZ
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