Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão  

Arte Sacra: ateliê de mosaico revela a beleza da arte que inspira a contemplação

O AMACOM – Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão em seu projeto revela a arte sacra e a contemplação do sagrado desvelando a beleza pascal nos mistérios da revelação através do mosaico. O ateliê dirigido pelo artista Erasmo de Abreu está se tornando referência nacional. Erasmo se formou com o padre Marko Ivan Rupnik, e ainda se inspira nele, um dos mais importantes autores e pensadores vivo da arte sacra na atualidade.

Ricardo Gomes – Jornalista

 “O mosaico, a pintura, a arte sacra litúrgica, ao ser contemplada, nos conecta com o divino, muito além do que podemos ver. Deus se comunica de muitas formas, e uma delas é a arte litúrgica que, ao ser apreciada, transmite uma realidade escatológica” - Naira das Chagas Soares.

Os mosaicos inaugurados na Igreja Santo Antônio de Lisboa no Munícipio de Santo Antônio de Tauá, Diocese de Castanhal (PA), revelam o aspecto do santo e sua vivencia eucarística. Obra do AMACOM – Ateliê de Mosaico Amazônico e Comunhão é uma obra que evangeliza e desvela o mundo da contemplação. O bispo diocesano, dom Carlos Verzeletti, abençoou os mosaicos.

“Somos convidados a dirigir nosso olhar para a fonte da nossa vida. Infelizmente, tem na cabeça de muitos, talvez até na nossa, uma falsa imagem de Deus. Quando pensamos em Deus, chegamos até dizer que é um Pai velho, um Deus que está lá nas alturas, no meio das nuvens brancas, vestido de branco com a barba branca, velho que só. É uma imagem triste, esquisita e, por isso um Deus sozinho, lá nas alturas. Trata-se da mais falsa imagem de Deus”, destacou o bispo na homilia.  

Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão
Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão

Revelar a beleza e a simplicidade através da arte que comunica o sagrado que encanta e leva a contemplação. Erasmo se encanta a cada obra e para essa missão conta com 8 artistas apaixonados com essa tarefa humana que eleva ao divino.

“Oferecer na Igreja de Deus uma arte que faça rezar e contemplar a face do sagrado transfigurada, para que alimentando de beleza, também provoque no fiel um questionamento evangélico e a reflexão do que Deus anuncia através de nossas mãos.” Erasmo de Abreu.

A arte revela dedicação e espiritualidade

“A minha história com o mosaico iniciou em 2016 quando tive a oportunidade de ir para o Centro Aletti e ali conhecer o padre Rupnik e a comunidade de artistas dirigida por ele, de onde nasceu no coração do Bispo de Castanhal, dom Carlos Verzeletti (Italiano), o sonho de formar também aqui no norte uma comunidade de artistas que dedicassem suas vidas à arte litúrgica e formação teológica acerca destas. Hoje somos um belo grupo de oito artistas e até o momento já realizamos alguns trabalhos em paróquias que nos têm ajudado a aprofundar a técnica, mas também o estudo acerca da vida litúrgica contida na igreja”, revela Erasmo.

 “Não é apenas uma arte é interessante ver como um cristão católico reage ao se deparar com uma obra de arte em uma igreja.” Naira das Chagas Soares.

Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão
Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão

“Ele entra, se benze, aprecia, e reza diante da obra. O mosaico, a pintura, a arte sacra litúrgica, ao ser contemplada, nos conecta com o divino, muito além do que podemos ver. Deus se comunica de muitas formas, e uma delas é a arte litúrgica que, ao ser apreciada, transmite uma realidade escatológica, que no espaço celebrativo, de comunhão com Deus e a comunidade cristã, compõe um ambiente que nos envolve no mistério de Cristo e nos faz sentar a mesa com Ele, nos faz partilhar a mesma fé com os irmãos e comungar o mesmo pão, em memória Dele. As mãos que fazem mosaico, são as mesmas que rezam juntas, que vivem em comunidade, que partilham a mesma fé, e comungam o mesmo pão com Cristo. São as mãos dos Cristãos que entram, se benzem, apreciam e rezam diante das obras sagradas. E para poder transmitir tudo isso a outros cristãos, o artista precisa estar conectado com o divino, não se pode falar de Deus e dizer que Jesus é o Senhor, como está escrito na 1° carta de São Paulo aos Coríntios, por qualquer meio de comunicação se não estiver com o Espírito Santo”, revela Naira das Chagas Soares.

“Na porta do Sacrário da Igreja de Santo Antônio, no Tauá, está representado o fogo, aquele fogo que ardia lá no deserto, nos pés do Monte Horeb quando Moisés foi se aproximando curioso, e Deus disse: “tira as sandálias, Moisés, porque aqui é um lugar sagrado” - “Quem és tu?” – “Eu sou aquele que É “. Dom Carlos Verzeletti – bispo de Castanhal.

Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão
Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão

“O mosaico sacro é a imagem do Cristo que se repartiu, para poder unir-se com toda a humanidade, que faz comunhão.” Pe. Bruno Andrade

Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão

“A experiência de estar no AMACOM - ateliê de mosaico da Amazônia e comunhão, bebendo de toda essa espiritualidade que provém da vida em comunidade do próprio mosaico em si. Tudo isso têm me proporcionado um olhar mais profundo ao meu sacerdócio, pois, fazer mosaico vai além do ato de executar formas precisas, o mosaico sacro é a imagem do Cristo que se repartiu, para poder unir-se com toda a humanidade, que faz comunhão. É também imagem da Igreja que é composta por vários membros distintos e juntos se tornam uma unidade. No Ateliê AMACOM vivemos bem essa certeza que as próprias Escrituras nos afirmam em 1 Coríntios 12, que apesar de serem muitos os membros, um só é o corpo e o espírito, ou seja, é o Espírito que conduz cada um de nós e nos faz, em nossa particularidade, participar de um mesmo corpo, tornando-nos, na arte do mosaico, uma unidade, uma família, que é a AMACOM. Não dá pra ser eu mesmo sendo sozinho, somos seres para os outros, seres de relação, pois quando existe o outro, há troca. E ser mosaicista é isso, é essa relação, essa comunhão nessa arte que nos aproxima mais do sentido de ser Igreja”, destaca padre Bruno Andrade.

Fotos: Everardo Freitas

Ateliê de Mosaico da Amazônia e Comunhão

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11 junho 2021, 14:51