Camarões: Igreja reza pela libertação de padre Christopher, sequestrado em 22 de maio
Vatican News
Em 22 de maio foi sequestrado no sudoeste de Camarões o padre Christopher Eboka, diretor de Comunicação Social da Diocese de Mamfe. Na última sexta-feira, 28 de maio, todas as paróquias diocesanas foram convidadas para um momento de oração.
O sacerdote fez uma breve visita pastoral às paróquias da cidade, em preparação à solenidade de Pentecostes, celebrada no dia 23 de maio. Segundo relatos do chanceler diocesano, padre Sebastine Sinju, o presbítero "foi feito refém por combatentes separatistas" que reivindicam a independência da zona anglófona do país africano. “Apesar dos vários apelos pela sua libertação, o Padre Eboka ainda não foi libertado”.
A “crise anglófona” nos Camarões teve início em 2016, quando uma greve de professores e funcionários da Justiça, em protesto contra as marginalizações sofridas nas Províncias anglófonas do Noroeste e Sudoeste, se transformou em confrontos violentos entre o exército regular - expressão do estado francófono - e os combatentes, que reivindicavam a independência da chamada "República de Ambazônia".
A Igreja, por sua vez, se viu em meio aos dois lados e pagou um alto preço: em 2018, dois sacerdotes e um seminarista (Padre Alexandre Sob Nougi, Padre Cosmas Omboto Ondari e Gerard Anjiangwe) foram mortos, enquanto quatro religiosos da Congregação dos Filhos do Imaculado Coração de Maria, mais conhecidos como “Claretianos”, foram sequestrados junto com seu motorista.
A mesma sorte teve o bispo de Buea, Dom Michael Miabesue Bibi, sequestrado em dezembro de 2018, enquanto em junho de 2019 Dom Cornelius Fontem Esua, na época arcebispo de Bamend, e Dom George Nkuo, bispo de Kumbo, acabaram nas mãos dos sequestradores. No final de 2020, foi a vez do cardeal Christian Tumi: o arcebispo emérito de Douala, já falecido, foi sequestrado duas vezes, em novembro de 2020 e em janeiro de 2021.
No decorrer dos anos, a Conferência Episcopal do país lançou vários apelos à reconciliação. A última foi a do bispo de Kumba, Dom Agapitus Nfon, que em fevereiro convidou os separatistas e o governo a "ficar do lado da verdade, abraçar o diálogo, olhar uns para os outros como irmãos e irmãs e aceitar propostas que melhorem a paz e a harmonia no país”. “Se permanecermos fiéis à verdade, se nos amarmos uns aos outros, todos os problemas poderiam ser resolvidos”, disse o prelado.
Digno de nota que de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, o cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, visitou o país africano, expressando a proximidade do Papa Francisco com a população local e, de maneira mais geral, com o continente.
Vatican News Service - IP
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