Diocese de Campos: pandemia aumenta ação de solidariedade
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
“Hoje em plena pandemia louvamos e agradecemos a Deus pela vida de cada irmão que não mede esforços para permanecer fazendo as doações dos alimentos. Acreditem até hoje Deus sempre proveu em meio a tanta dificuldade econômica e financeira e estamos dando continuidade às doações das 20 cestas básicas e aos atendimentos emergenciais. Adriana Aparecida Gomes Constantino
Espelhando em Santa Dulce dos Pobres a Paróquia Imaculado Coração de Maria, Ururai revela que a maior lição de amor é a solidariedade com o pobre neste tempo de pandemia que tem causado o aumento de famílias em vulnerabilidade social. Atualmente são 20 famílias cadastradas pela Pastoral Social. Lições de solidariedade que atinge a todos moradores que aprenderam a partilhar o pouco. A arrecadação realizada recebe doações de católicos e evangélicos que se unem para ajudar aos mais necessitados.
O desafio é o aumento de famílias em vulnerabilidade e a necessidade de aumentar a arrecadação. Para as Coordenadoras da Pastoral Social Santa Dulce dos Pobres é tempo de cuidar e há preocupação com o aumento do desemprego. Agradecem às pessoas que tem colaborado e revela que mesmo numa comunidade pobre a solidariedade é uma das lições de amor e de caridade. Cada um divide o pouco e a ação envolve católicos e evangélicos que se somam para levar um pouco a tantos lares marcados pela fome. Uma ação solidaria que revela o diálogo Inter-religioso.
Evangelizar e cuidar do pobre
“Sermos acolhidos como casal de segunda união foi de suma importância para mim e meu esposo porque podemos trabalhar na igreja e em uma pastoral que muito nos fez crescer espiritualmente e experimentar a proximidade com nossos irmãos mais necessitados”. Adriana Aparecida Gomes Constantino.
As ações da Pastoral Social estão sendo realizadas em dois momentos: levar o alimento e a Palavra de Deus. No ano passado na celebração do Dia Mundial do Pobre foi realizado um almoço com a participação do padre Alfredo Rosa Borges. Outra ocasião de levar a palavra e o pão foi a preparação do Natal com realização da novena e a distribuição das cestas básicas com direito a frango e refrigerante e chocolate para as crianças.
Maristela Cruz Gomes recorda o desafio. E no dia 31 de maio de 2018 a Pastoral Social Santa Dulce dos Pobres foi apresentada à comunidade pelo padre José Maurício Peixoto. Era o sonho que acabara de se tornar realidade. E os frutos revelam o trabalho agora com todo apoio do padre Alfredo Rosa Borges. É uma missão que promove o diálogo da Paroquia Imaculado Coração de Maria da Diocese de Campos com a Paróquia Nossa Senhora da Conceição da Administração Apostólica Pessoal São Joao Maria Vianey.
Hoje a missão de cuidar do pobre tem a participação de doze leigos e destacando Maria Luiza Rangel, 11 anos e Kaio Douglas da Silva Oliveira, 14 anos. Recordam o início da pastoral que tem sua inspiração em Santa Dulce dos Pobres, que em sua vida soube amar os mais vulneráveis da sociedade na sua terra natal, a Bahia.
“Recebemos alimentos não perecíveis que compõe uma cesta básica: feijão, arroz, macarrão, sal, óleo, farinha, trigo, fubá, açúcar, biscoito, sardinha e leite em pó. Com muito amor fazemos as entregas aos nossos irmãos necessitados, atualmente temos 20 famílias cadastradas e fazemos também atendimentos emergenciais os quais chamamos de SOS. Sempre nos aparece o Cristo através de um irmão que inesperadamente surge sem que nos damos conta de onde e de que direção nos chega enquanto estamos no trabalho pastoral”, destaca Maristela.
Com a pandemia a arrecadação continua e com a importante colaboração de toda a comunidade e de evangélicos. A pastoral tem uma importante contribuição da Assistente Social Daniele Moço Viana que acompanha os agentes que antes da pandemia realizavam visitas domiciliares e a experiência de levar o alimento e a escuta das angustias dos assistidos.
“A distribuição das cestas básicas é feita na Paróquia onde conversamos, fazemos orações, partilhamos a palavra e “emprestamos” nossos ouvidos para ouvi-los no que for necessário. O exercício da escuta também se faz muito importante diante de tanto sacrifício e dificuldade junto a pobreza, desemprego, enfermidades e dependência química de drogas e álcool ou as vezes apenas querendo conversar um pouco contar e desabafar assuntos pessoais. Muito nos gratifica a confiança que conseguimos conquistar em ver cada rostinho sentindo-se seguro e protegido quando estão próximos de nós”, conta.
“Dar o pouco do que tem...”
“É um trabalho muito gratificante e uma honra para cada um de nós podermos servir ao próximo. “É o Cristo que vem até nós através de cada irmão necessitado”. Maristela Cruz Gomes.
Testemunhos das Coordenadoras Adriana Aparecida Gomes Constantino e Maristela Cruz Gomes revelam pessoas que partilham o pouco numa atitude de amor, solidariedade e partilha. Uma experiência muito importante para a comunidade paroquial recorda Adriana que numa campanha de arrecadação de alimentos receberam um detergente e uma esponja. Numa realização da Novena de Natal foi a uma residência de uma senhora pobre, levaram uma cesta básica e ouviram o depoimento de que a senhora nada tinha e resolveu oferecer o que poderia.
“O que mais me emocionou foi uma senhora assistida pela pastoral que num gesto de caridade doou um detergente e uma esponja, pois, não havia condições de doar 1Kg de feijão e não queria ficar sem fazer sua doação no novenário do Imaculado Coração de Maria. Ao chegarmos em sua casa para entregá-la a cesta básica a mesma nos confessou que não tinha alimento para a refeição, mas que estava feliz, pois, pode fazer sua doação e o Senhor retribuiu com a cesta básica, logo me fez lembrar a viúva do evangelho de Mc 12,41-44. A Senhora Marlene dos Santos Monteiro doou tudo o que tinha e o Senhor a abençoou”, conta Adriana Aparecida Gomes Constantino
“Somos agraciados em termos dois grandes Sacerdotes que nos apoiam e estão sempre presentes e atentos as necessidades dos nossos irmãos, nossos padres Alfredo Borges e Hélio Marcos são bênçãos de Deus em nossas Paróquias e assim como o Cristo acolhem sem distinção de raças e etnia. Temos pastores abençoados! Louvado seja Deus pelo dom de suas vidas e seus Ministérios Sacerdotais. Maristela Cruz Gomes.
Fotos: Rogério Azevedo
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