Birmaneses na Itália festejam novos sacerdotes e aniversário de Aung San Suu Kyi
Vatican News
No Angelus dominical o Papa Francisco voltou a fazer um apelo por Mianmar, suplicando respeito pela população civil:
Uno minha voz à dos bispos de Mianmar que na semana passada lançaram um apelo chamando a atenção de todo o mundo para a experiência angustiante de milhares de pessoas que estão desalojadas e morrendo de fome naquele país. 'Suplicamos - dizem eles - com toda gentileza de permitir corredores humanitários e que as igrejas, pagodes, mosteiros, mesquitas, templos, assim como escolas e hospitais, sejam respeitados como lugares neutros de refúgio'. Que o coração de Cristo toque o coração de todos, levando a paz a Mianmar!
Na sexta-feira a ONU condenou o golpe militar em Mianmar e pediu aos Estados-membros um embargo à venda de armas ao país. A resolução foi endossada por 119 países. Já a enviada especial das Nações Unidas ao país asiático, Christine Schraner Burgener, advertiu no sábado, 19, para o risco de uma guerra civil.
Mas o 19 de junho também marcou o aniversário de Aung San Suu Kyi, a líder birmanesa em prisão domiciliar desde o golpe militar de 1º de fevereiro. Na Itália, ela foi festejada de maneira especial no Seminário Teológico Internacional do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME), em Monza. A ocasião foi a comemoração que se seguiu à ordenação de dois novos sacerdotes birmaneses, os padres Gregorio Ba Oo e Columban San Li, missionários do PIME que celebraram a primeira Missa em birmanês.
Presentes religiosas, sacerdotes, seminaristas e leigos, que para celebrar, ocuparam parte do grande parque onde está localizado o seminário dirigido pelo padre Gianni Criveller, ouvindo canções de religiosas birmanesas das Irmãs da Reparação, a maior parte pertencentes à sede de Abbiategrasso. Assim, uma breve pausa nas recordações dos tristes acontecimentos que envolvem o país asiático, que também permitiu a conexão pela internet com vários lugares do planeta que festejavam o aniversário de Aung San Suu Kyi, a líder que guiou a jovem e frágil democracia birmanesa por cinco anos.
Seu julgamento começou há uma semana com acusações infundadas e desprovidas de provas e sem que ela pudesse se encontrar por mais de duas vezes com sua equipe de defesa. Mas no mundo não faltam defensores e simpatizantes e os religiosos católicos birmaneses na Itália rezam por ela e a guardam em seus corações.
“Recordamos em nossas orações Aung San Suu Kyi, para que com a bênção de Deus ela tenha uma boa saúde e os desejos de seu coração se tornem realidade”, declarou à Agência Fides Irmã Beatriz, uma freira birmanesa residente na Itália, proveniente de Myitkyina, capital do Estado de Kachin, e presente na celebração em Monza.
Mesmo vivendo há mais de 15 anos na Itália, a religiosa preserva todo o carinho que tem por seu país: “Não podemos deixar de nos lembrar de nossa amada pátria que geme - diz ela - pela dor da perda de seus filhos, pelos filhos que perderam seus entes queridos, por seus filhos em fuga, pelos filhos no campo de batalha que se esforçam para superar a maldade dos homens que a governam com crueldade e violência”.
Um dos sacerdotes recém ordenado contou que no domingo anterior havia conversado com seus familiares, que lhe disseram estar bem e que a cidade em que moravam “se tornou um lugar cheio de pessoas fugindo dos povoados vizinhos", refugiados de uma guerra muito sangrenta, especialmente em Kayah, onde o exército nacional não poupou igrejas e aldeias, bombardeando sem piedade.
*Com informações de Agência Fides
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