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Assassinado catequista indígena no México

Dom Rodrigo Aguilar Martinez, bispo da Diocese de San Cristóbal de las Casas no Chiapas, onde se encontrava a paróquia do catequista, escreveu uma nota: "A violência que se vive em Chiapas e a dor dos povos indígenas é uma ferida aberta agravada por abuso, injustiça e impunidade”. Simón Pedro Pérez López, indígena Tzotzil, defensor dos direitos humanos e catequista foi assassinado no dia 5 de julho

Vatican News

Os bispos do México condenaram fortemente o assassinato de Simón Pedro Pérez López, indígena Tzotzil, defensor dos direitos humanos e catequista na paróquia Santa Catarina, na diocese de San Cristóbal de las Casas, em Chiapas. O homem foi morto em 5 de julho por uma pessoa que depois fugiu em uma motocicleta. "Recebemos com muita dor a notícia de seu assassinato", escreve a diocese em uma nota assinada pelo bispo local, Dom Rodrigo Aguilar Martinez. O bispo afirma que "a violência que se vive em Chiapas" e "a dor dos povos indígenas", é "uma ferida aberta agravada por abuso, injustiça e impunidade, deslocamento forçado, assassinatos políticos, roubo de terras e veículos".

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Sangue derramado clama justiça

A diocese também destaca as muitas ameaças das autoridades à população, coniventes com o crime organizado, bem como os muitos assassinatos "que ficaram impunes". "Como diocese – continua a nota - temos advertido de vários modos as instituições sobre esta situação e nos fizemos porta-vozes de todas estas denúncias e sofrimentos, mas parece que existem interesses sombrios que geram a omissão das denúncias, tanto que elas são minimizadas ou seguidas sem interesse e com programas que não respondem às necessidades básicas".

Dom Aguilar Martinez denuncia, mais uma vez, as atividades do crime organizado que, com a cumplicidade do governo, invadiu o território "para controlar as pessoas que estão tentando defender sua autonomia". Uma situação que "nos leva a pedir ao governo que impeça a recorrência de eventos similares - continua - para proteger a população, especialmente os que defendem os direitos humanos; e para relatar o progresso dos casos até agora impunes".

A nota diocesana conclui com a esperança de que "o sangue de Simón Pedro Pérez e de todos os assassinados será a semente para a libertação dos povos indígenas que sofrem marginalização, perseguição e deslocamento", porque "o sangue derramado clama por paz e justiça, nunca por vingança".

 

 

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08 julho 2021, 10:52