Dom Pedro Brito: Ministério de guardiões ecológicos
Dom Pedro Brito Guimarães - Arcebispo de Palmas
“E Deus os abençoou e disse-lhes: sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todo ser vivo que rasteja pela terra” (Gn 1,28).
A Arquidiocese de Palmas, como fruto do Sínodo para Amazônia, como uma ação de seu Jubileu de Prata e do Projeto de Energia Fotovoltaica, instituiu para todo o seu território, o Ministério de Guardiões Ecológicos. Esta sugestão saiu de um dos Currículos Menores, no Sínodo para a Amazônia, do Grupo 11, do qual eu, dom Pedro, era coordenador. Voltando para Palmas, a Capital mais jovem do Brasil, que possui um traçado urbanístico ecologicamente interessante, trouxe, na minha bagagem, este desejo, este sonho é esta sede, qual sementinha que acabo de plantar nesta terra de missão. Esperando que tenha força suficiente para brotar, crescer, florescer e der frutos bons, a exemplo da semente plantada pelo semeador, em terra boa (Mt 13,1-23).
Depois de um período, mesmo que breve, de formação, em parceria com a REPAM Brasil e a UniCatólica, resolvemos criar este Ministério, para atuar na educação, sensibilização, prevenção, cuidado, proteção, defesa, promoção e produção de significados, atividades e de subsídios, em prol da ecologia integral e da nossa conversão ecológica.
Este é um dos sonhos do Papa Francisco que queremos assumir como nosso. Sonho é querer, é desejo é sede.
As crises climáticas, pelas quais passamos, em todos seus aspectos e em todas as suas dimensões e incidências, em muitos casos irreversíveis e, em parte, causadas por ações humanas, liga o sinal vermelho de alerta de que, se não fizermos nada agora, mais tarde será tarde demais.
Como qualquer outro ministério, na Igreja, este é um serviço pastoral, digno deste nome. O “Deus Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis”, certamente está sendo desrespeitado e descredenciado por nós, seus filhos e suas filhas, quando não cumprimos a missão, com qual fomos criados: ser guardiões das obras da sua criação.
A seca cresce, a fonte seca, o fogo queima, a mata é desmatada, e verde vira cinza, o calor aumenta, a fome impera e a vida morre…!
Ainda estamos no começo da formatação deste Ministério. Tudo deve começar pela paróquia e seus entornos. Esta é a primeira sala da Casa Comum. A primeira missão deles é o cuidado ecológico nos ambientes em que vivem , rezam e trabalham. Mais tarde pensaremos ações interparoquiais e arquidiocesanas. Fazendo estes serviços de limpeza, de purificação, desintoxicação e de cuidando dos espaços paroquiais e de seus entornos, estarão prestando serviços à Arquidiocese como um todo.
Ainda temos muitos o que aprender. Mesmo assim decidimos socializar esta experiência para que outras Igrejas possam participar e se somarem a nós, na defesa incontestada da nossa Casa Comum. Ela está correndo sérios perigos de morte. Quem desmata mata. A destruição da natureza incide diretamente sobre a nossa qualidade da vida, a nossa saúde, a nossa economia e sobre a nossa própria autodestruição.
Ser humano é ser ecológico. E ser ecológico é ser humano. Esta maldita pandemia do coronavírus, a covid-19, é, sem dúvida, fruto deste desequilíbrio ecológico.
Todos, enfim, em defesa do Ministério de Guardiões Ecológicos.
“Quem respeita a natureza vive muito mais feliz”.
“Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5).
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