R.D. Congo. Bispos condenam ataques contra o cardeal Ambongo
Vatican News
Os bispos da República Democrática do Congo expressam sua indignação pelos ataques contra a Igreja no país nos últimos meses. No domingo (01/08), a residência do cardeal Fridolin Ambongo, arcebispo de Kinshasa, foi alvo de um grupo de jovens não identificados com atos vandálicos e slogans insultuosos contra o cardeal, que no dia anterior tinha sido objeto de acusações ofensivas por parte do secretário geral da União para a Democracia e o Progresso Social, Augustin Kabuya. O líder político do partido no poder tinha, entre outras coisas, acusado o Cardeal Ambongo, juntamente com o secretário geral da Conferência dos Bispos, Padre Donatien Nshole, de querer "politizar" a Igreja. Os ataques estão relacionados a divergências sobre a reorganização da Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC) em vista das eleições presidenciais de 2023, que a Igreja gostaria de ver como independente da política e uma expressão da sociedade civil.
A Declaração da Conferência
Em uma declaração relatada pela Rádio Okapi, a Conferência dos Bispos Congoleses (Cenco) fala de "comportamento irresponsável", pedindo aos fiéis que permaneçam "extremamente vigilantes" e que não sejam "influenciados por ninguém".
A Conferência declarou-se também “desolada” pelos repetidos atos de vandalismo, profanação e roubo de objetos sagrados que ocorreram nos últimos quatro meses contra várias igrejas e lugares de culto (12 ao todo) na Diocese de Mbuji-Mayi, no Kasaï oriental. Os ataques foram denunciados pelo ordinário local, Dom Bernard-Emmanuel Kasanda, que numa carta pastoral distribuída em 26 de julho, falou de "atos condenáveis" e "crimes odiosos" que merecem punição imediata e "exemplar".
Governo assumir a situação
Segundo a Conferência, esta violência "inaceitável" é "um sério ataque à liberdade de religião e expressão, mas também uma violação da democracia". Trata-se de um grande passo atrás no caminho para o Estado de direito ao qual o povo congolês aspira", afirmaram. Daí o pedido ao governo para "assumir a situação", identificando e punindo severamente os responsáveis "para que tais ataques não voltem a acontecer".
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