Casa Comum: Pastoral da Ecologia Integral de Itaperuna realiza ações de conscientização
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
Cuidar da Casa Comum. Na Diocese de Campos (RJ) a Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes está implementando ações de conscientização na cidade de Itaperuna, noroeste fluminense. A coordenadora, Sineia Clara Monteiro Barcelos destaca a urgência de reverter a atual situação de degradação ambiental na cidade fluminense. No fim de semana promoveu distribuição de mudas de árvores na Paróquia Nossa Senhora das Graças na cidade.
A ação conscientiza da urgência de curar o planeta diante dos graves problemas causados pelo desmatamento, queimadas, lançamento de poluentes no ar e rios. Padre Javier Kambele Kataka deu total apoio e iniciou a ação plantando no pátio da paróquia uma muda de árvore e acolheu os agentes da Pastoral da Ecologia Integral.
Sineia Clara Monteiro Barcelos faz um alerta para que todos tenham mudanças de atitudes em relação aos cuidados com a Casa Comum neste momento que o mundo vivencia uma crise sanitária e humanitária com mortes pela pandemia.
“Não podemos continuar destruindo e matando a nós mesmos e a toda a criação, mas ainda há tempo de voltar e fazer o que é preciso ser feito. Precisamos repensar e mudar as nossas atitudes. De muitas formas no dia-a-dia. Separando o nosso lixo orgânico do reciclável, evitando o desperdício de água, economizando energia, consumindo menos carne, usando menos o uso do carro, um dos maiores poluentes”, pontua Sineia.
Uma luta em defesa da vida
Desde a criação a Pastoral da Ecologia Integral na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes iniciou uma luta de conscientização sobre a necessidade de cuidar da Casa Comum. Para a coordenadora da Pastoral Sineia Clara Monteiro Barcelos atitudes simples, mas que fazem a diferença. Um dos exemplos citados pela coordenadora pode solucionar um problema que vem sendo agravado. Lojas nas cidades com luzes acesas durante a noite. E neste tempo a pastoral luta para essa conscientização.
“Podemos e devemos apresentar projetos que venham contribuir para uma economia sustentável. A sociedade precisa participar desses projetos, cobrando das indústrias transparência e ação concreta de proteção ambiental. Lojas fechadas e muitas com luzes acesas. São atitudes que aceleram o processo de destruição do planeta. A Pastoral da Ecologia Integral está fazendo alerta e apresentando ações que podemos fazer muitas coisas e nunca nos salvaremos sozinhos”.
“A vida do planeta e no planeta depende de cada um de nós e lembrando que um dia seremos cobrados de nossas ações que ajudaram a preservar ou fomos omissos e aceleramos a destruição”. Sineia Clara Monteiro Barcelos - Coordenadora da Pastoral da Ecologia Integral.
Um sonho coletivo
Sineia Barcelos recorda como tudo começou. Um sonho partilhado com padre Gustavo Ribeiro e o início da preparação da pastoral com convite aos agentes e finalmente no dia 22 de agosto tudo se tonava realidade, com a missa presidida pelo bispo de Campos, dom Roberto Francisco na Matriz da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes. Iniciava a luta para a pastoral dar seus primeiros passos.
“Diante de tamanha degradação e mudanças climáticas gravíssimas da atualidade que estamos vivendo, isso me incomodou ainda mais e foi me deixando com a consciência pesada por estar fazendo tão pouco sendo que temos muito a fazer, e com urgência. Porém, sozinha nada posso. Foi aí que busquei ajuda e o apoio do nosso pároco padre Gustavo Ribeiro. Ele prontamente abraçou o projeto de implantar a pastoral da Ecologia integral na paroquia, sendo a primeira no nosso vicariato. Assim iniciamos, convidando a comunidade a fazer parte, convidamos também pessoas de outras paróquias para participar, e futuramente levar para suas paróquias. Temos muito trabalho que vai além dos muros da igreja, trabalhamos também na sociedade”, revela Sineia.
Uma luta em defesa do meio ambiente
“Nossa Casa Comum precisa ser cuidada, protegida, amada e respeitada. Quem não ama, não protege, não cuida e não respeita, essa pessoa está em pecado. Precisamos desenvolver projetos de desenvolvimento sustentável. Não podemos fingir que não estamos vendo, não podemos ficar falando e achando que está tudo bem... não está tudo bem. Temos milhões de pessoas no mundo sem ter o que comer, sem acesso à água. Terrenos baldios onde jogam lixo pode ser transformado em cultivo de alimentos para pessoas em vulnerabilidade”, diz Sineia Barcelos.
Uma luta de anos para a conscientização da necessidade de mudança de comportamento diante da degradação ambiental em Itaperuna, reflexo da situação mundial. Rios recebendo esgotos, os lixões e a situação de degradação humana. E nesta luta Sineia Barcelos vem travando uma verdadeira batalha para o aproveitamento de terrenos baldios e a construção de hortas comunitárias para fornecer alimento saudável às famílias em vulnerabilidade social.
“Eu desenvolvo o projeto da horta comunitária para oferecer hortaliças às famílias assistidas pelos vicentinos, e para outras. Estamos parados com os projetos devido a pandemia, tenho parceria com a Faculdade redentor que me ajuda na mão de obra com os alunos do curso de biologia e da arquitetura, mas como não temos aula presencial desde o início da pandemia, não temos mão de obra. Estava desenvolvendo também o projeto de reflorestamento para recuperação de nascentes da cabeceira do valão do cedro, mais conhecido como valão da Cehab. É essa a minha caminhada ambiental, não perco oportunidade de falar sobre o cuidado da Casa comum, faço isso desde sempre”.
“A questão do lixo é outra coisa que sempre me preocupou e já venho trabalhando essa questão a muitos anos. Na minha rua já fazemos a separação e toda sexta feira passa o caminhão e pega”, afirma Sinéia Barcelos.
Fotos e Vídeos: Sebastião Alves
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